O que se diz e o que se faz: um estudo sobre interações entre comportamento verbal e comportamento não verbal

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

30/09/2001

RESUMO

O presente estudo investigou a ocorrência de interações entre comportamento verbal e não verbal em esquemas múltiplos. Seis adolescentes e uma criança participaram de três experimentas. Nestes experimentas, os sujeitos foram submetidos a um jogo de computador, durante o qual períodos para emissão de respostas não verbais (pressão a uma tecla mantidas por esquemas de intervalo) foram intercalados com períodos para emissão de uma resposta verbal (escolha de uma descrição do desempenho não verbal) para cada componente do múltiplo. Nos dois primeiros experimentos, três fases foram programadas. Na fase "Sem Pontos", os sujeitos receberam as mesmas conseqüências, nos dois componentes do múltiplo, para qualquer taxa média de pressão durante os intervalos e para qualquer descrição escolhida. Na fase "Pontos para Taxa", os sujeitos receberam uma quantidade variável de pontos ao final de cada intervalo, a depender da taxa média de respostas durante o intervalo imediatamente anterior e conseq6uências idênticas para a escolha de qualquer descrição, nos dois componentes. Na fase "Pontos para Descrição", os sujeitos receberam conseq6uências idênticas para quaisquer taxas médias durante os intervalos e uma quantidade de pontos variável após cada escolha de descrição, a depender da descrição escolhida. Os resultados do Experimento 1 mostraram que, para um sujeito (Sujeito DB), as descrições escolhidas acompanharam a variação das taxas (fase "Pontos para Taxa"), bem como as taxas emitidas acompanharam a variação na escolha das descrições (fase "Pontos para Descrição"). Os outros dois sujeitos (MC e TE) não apresentaram diferenciação das taxas (fase "Pontos para Taxa") e a escolha das descrições permaneceu assistemática. Para estes dois sujeitos (fase Pontos para Descrição") a diferenciação da escolha das descrições não foi acompanhada pela diferenciação das taxas. No Experimento 2, as descrições escolhidas acompanharam a variação das taxas (fase "Pontos para Taxa") para três dos quatro sujeitos (VA, MH e VB). Para um sujeito (MH), este efeito sobre a escolha das descrições foi transitório. Na fase "Pontos para Descrição", a escolha das descrições foi acompanhada pela emissão de taxas correspondentes, para todos os sujeitos (VA, MH e LF), mas o efeito foi transitório em todos os casos. No Experimento 3, três participantes dos experimentas anteriores (VB, MH e LF) foram expostos a fases experimentais nas quais foram programadas a incoerência ou a coerência entre taxas e descrições, seguidas por outras exposições às fases "Pontos para Taxa" e "Pontos para Descrição". Os resultados para as fases "Pontos para Taxa" e "Pontos para Descrição" mostraram que todos os sujeitos, após uma história experimental de incoerência entre taxas e descrições, escolheram descrições contrárias às taxas e emitiram taxas contrárias às descrições. Este mesmos sujeitos, após uma história de coerência entre taxas e descrições, escolheram descrições de acordo com as taxas e emitiram taxas de acordo com as descrições. O conjunto dos resultados obtidas permite concluir que 1.) relações de controle entre respostas verbais e não verbais podem se dar nas duas direções; 2.) estas relações de controle são mais prováveis quando a resposta controlada for mantida por contingências que exerçam fraco controle discriminativo sobre padrões específicos de resposta, permitindo a variação do padrão sem levar à perda ou redução da magnitude do reforçamento; 3.) a manutenção do desempenho produto de uma relação de controle não é tão estável quanto o desempenho mantido por suas conseqüências diferenciais diretas e 4.) o tipo de relação de controle a ser encontrado depende da história de reforçamento anterior de coerência ou incoerência entre estas respostas

ASSUNTO(S)

psicologia experimental comportamento verbal esquemas de reforçamento esquemas múltiplos efeitos de história passada humanos verbal behavior schedules of reinforcement multiple schedules effects of past history humans

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