O plástico \"verde\" e o mercado brasileiro de etanol / The green plastic and the Brazilian ethanol market

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

01/03/2011

RESUMO

Com o consumo de etanol superando o de gasolina desde 2008, o Brasil é único país do mundo onde domina o combustível renovável, e o fóssil é o \"alternativo\". O foco deste trabalho é apresentar o projeto para produção do plástico verde, um biopolímero produzido com etanol da cana. O etanol destaca-se como uma alternativa à nafta (do petróleo). O eteno de origem fóssil, que provém da nafta, responde por 90% a 95% dos custos totais da cadeia de suprimento dos plásticos. No Brasil, a cana-deaçúcar e o etanol mostram-se mais competitivos que a nafta, \"grosso modo\", sempre que o barril do petróleo supera US$ 55. Quando comparado com o plástico da nafta, em torno de 4,5 kg de CO2 não são adicionados à atmosfera no processo para produção de 1,0 kg do plástico verde. Essa pode ser categorizada como mudança tecnológica \"empurrada\" no primeiro momento (anos 60) e \"puxada\" no momento atual (DOSI, 1982). Trata-se de uma ideia pré-existente na organização que foi novamente aplicada (HARGADON; SUTTON, 2000) e uma variação do processo genérico de desenvolvimento de produto proposto por Ulrich e Eppinger (2004). Contribui com o modelo de fatores que impactam no sucesso do produto sugerido por Brown e Eisenhardt (1995) ao agregar o fator \"processo tecnológico\" ao modelo. Este estudo também busca analisar implicações no mercado brasileiro de etanol mediante o movimento de inserção do álcool na cadeia produtiva petroquímica (alcoolquímica). A análise de mercado no curto prazo (2011) aponta uma demanda tímida para a alcoolquímica de cerca de 2% ou 700 milhões de litros/ano do total da demanda prevista de 33 bilhões de litros de etanol. Serão necessárias em torno de 688,5 milhões de toneladas de cana para suprir o mercado interno e externo de álcool e açúcar, que ocuparão cerca de 8,3 milhões de hectares (2,4% das terras aráveis brasileiras). Chama a atenção o crescente aumento da frota flex fuel brasileira, que poderá demandar cerca de 55 bilhões de litros de etanol até 2020, salvo desequilíbrio no preço do álcool versus o preço da gasolina e o potencial do mercado externo de 39 bilhões de litros. Estudo da ABIQUIM (2007), BNDES Setorial 2009 aponta a possibilidade de déficit de capacidade de eteno e propeno em 2020. Hoje, o País produz 70% do que consome de nafta (a produção de nafta representa apenas 8% dos derivados produzidos no País). Com a demanda global de eteno, em 2005, de 105 milhões de toneladas (CMAI, 2005 apud HORTA NOGUEIRA, 2008), com uma penetração de apenas 10% do etanol em v substituição a outros insumos, tem-se um mercado de 23 bilhões de litros de etanol, o que pode ser um desafio para a produção brasileira.

ASSUNTO(S)

biopolímeros biopolymer cadeia de suprimentos etanol ethanol innovation management inovações tecnológicas - administração supply chain

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