O perfil da relação profissional entre as empresas de serviços contábeis (ESC) e a micro e a pequena empresa (MPE)

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

23/06/2005

RESUMO

Neste trabalho, além do referencial teórico, envolvendo conceitos e classificações da MPE, e também da Contabilidade, realizou-se uma pesquisa de campo na cidade de Unaí -MG, em que se procurou identificar as principais características existentes na relação profissional entre as Empresas de Serviços Contábeis (ESC) e a Micro e Pequena Empresa (MPE) e verificar como as informações geradas pelas ESCs podem ser mais bem utilizadas na gestão das MPEs. Obteve-se uma amostra corroborando a característica individual da MPE, em que o proprietário, normalmente, é centralizador e executor da maioria das tarefas. Apresentou-se também uma grande parte dos sócios e proprietários que possuem apenas até o 2 grau. Apesar de tais características, estas empresas possuem uma média de vida relativamente alta para os padrões brasileiros. Detectou-se a adoção do Simples por parte das MPEs como a principal forma de tributação. Nestas empresas os serviços contábeis são realizados principalmente por empresas de serviços contábeis terceirizadas. Em relação às empresas de serviços contábeis, estas também possuem pequenas estruturas, poucos funcionários, e uma representativa parcela de proprietários são apenas técnicos em contabilidade. Verificou-se que apesar de as MPEs, e também as ESCs, terem declarado que as informações contábeis são úteis à gestão, e que compensa registrar todas as movimentações, em alguns casos, não há na prática o registro completo das movimentações, o que contribui, portanto, para o comprometimento da qualidade das informações contábeis, tendo como conseqüência o fato de estas não refletirem a realidade da empresa. Ressalta-se, assim, que além da omissão de registros pelas MPEs, constata-se a fragilidade das informações contábeis geradas pela Contabilidade Societária, que, em função de alguns critérios de avaliação de estoques e ativos, por exemplo, podem não refletir a realidade da empresa. Com isso, percebe-se a pouca utilidade das informações contábeis geradas pelas ESCs, para auxílio na gestão da MPE. Observa-se que as MPEs em geral recebem informações das ESCs as quais procuram atender essencialmente às exigências da legislação fiscal, não se caracterizando como úteis à gestão. Já em relação aos relatórios que as MPEs e as ESCs acreditam que deveriam ser fornecidos às MPEs, foi possível verificar sobretudo relatórios com informações detalhadas e passíveis de contribuição para a gestão das empresas. Relatou-se a falta de necessidade por parte das MPEs, como principal motivo para a não-utilização destes relatórios. As MPEs declararam como boa ou ótima a utilização de assessoria de um contador, porém grande parte informou que os contabilistas não estão preparados para auxiliar os empresários na gestão das empresas. Apesar desse cenário, deve ser destacada a disposição de grande parte das MPEs em pagarem algo a mais para obtenção de melhores serviços e relatórios. Enfatiza-se, portanto, a necessidade de contribuição para a gestão da MPE, porém, para isso, há a necessidade de uma evolução, em que as informações geradas possam refletir a realidade econômica, financeira e patrimonial da empresa, com valores que permitam efetuar análises com foco para o futuro. Nesse sentido, o Balanço Perguntado apresenta-se como uma ferramenta capaz de obter informações mais próximas da realidade da empresa. Porém, além da necessidade do fornecimento de informações gerenciais, é preciso que os empresários e contadores possuam conhecimento sobre Finanças, sobre o negócio da empresa, de forma que permita a análise dos riscos do investimento, bem como as taxas de retorno.

ASSUNTO(S)

ciencias contabeis pequenas e médias empresas - contabilidade contabilidade - sistemas de informação gerencial small business - accounting accounting - management information systems

Documentos Relacionados