O efeito da esplenectomia na resposta imune às infecções causadas pela Leishmania major e pelo Trypanosoma cruzi

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

O baço é um órgão linfóide secundário, porém, é também conectado com a circulação sangüínea. Esse órgão abriga uma variedade de células, como linfócitos T e B, macrófagos e células dendríticas. É também importante na produção de citocinas e anticorpos essenciais para o desenvolvimento de respostas imunológicas. A esplenectomia é uma prática cirúrgica, e que em camundongos C57BL/6 foi capaz de induzir a redução dos níveis plasmáticos de IFN-gama. Com isso, o primeiro objetivo do trabalho foi avaliar a importância do baço no desenvolvimento da resposta imune na infecção pela L. major. Sabe-se que camundongos C57BL/6 são resistentes e que camundongos BALB/c são susceptíveis à infecção por esse protozoário, e que a resistência é dependente da produção de IFN-gama. No entanto, a esplenectomia não foi capaz de causar alterações no processo infeccioso provocado pela L. major, tanto para o modelo de resistência, quanto o de susceptibilidade. Não foi possível identificar diferenças no parasitismo tecidual, na produção de IL-4, IFN-gama e IL-10. A produção de anticorpos, não foi alterada nem tampouco a formação do infiltrado inflamatório no local de inóculo do parasito, ou seja, a esplenectomia não causou modificações na resposta celular e humoral durante o curso de infecção avaliado. Ainda dentro da perspectiva da influência da esplenectomia em doenças infecciosas, o segundo objetivo do presente trabalho foi investigar as alterações provocadas pela ausência do baço da infecção provocada pela cepa Y do T. cruzi em camundongos C57BL/6. Diante dos dados obtidos foi visto que a esplenectomia causa modificações na dinâmica da parasitemia provocada pelo parasito, e aumenta a taxa de mortalidade dos animais. Esses resultados estão associados à diminuição na concentração de IFN-gama e TNF-alfa no plasma e aumento de IL-4, nove dias após a infecção. Além disso, ocorre diminuição de citocinas inflamatórias e antiinflamatórias presentes no fígado dos animais sem baço, muito provavelmente devido ao maior número de parasito e maior infiltrado inflamatório presente nesse órgão, quando comparado ao grupo controle. O músculo cardíaco dos animais sem baço, também apresentou maior número de parasitos, nove dias após a infecção. Foi observada, diminuição na síntese de imunoglobulinas, bem como diminuição acentuada no número de hemácias presentes na circulação sangüínea e na concentração de hemoglobina no grupo esplenectomizado, quando comparado ao controle. Além disso, contatou-se menor número de células na medula óssea dos animais infectados e sem baço, comparado com animais com baço e também infectados, esse fato foi associado às modificações na dinâmica de liberação de reticulócitos. Dessa forma, sugere-se que a esplenectomia não causa alterações significativas em infecções causadas por protozoários, onde as primeiras respostas e a proliferação do parasito ocorrem principalmente, no local de inóculo. Mas, aumenta a susceptibilidade às infecções, também causadas por protozoário, porém com outra via de inóculo e disseminação sistêmica mais rápida do parasito.

ASSUNTO(S)

tripanossoma cruzi teses. esplenectomia resposta imune teses. bioquímica teses. esplenectomia teses. baço cirurgia teses. leishmania teses.

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