O conceito de liberdade em o ser e o nada de Jean-Paul Sartre

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

19/11/2010

RESUMO

A presente dissertação tem por objetivo abordar o conceito de liberdade sob a ótica do filósofo francês Jean-paul Sartre tendo como referência principal a obra O Ser e o Nada. Após a apresentação do conceito de liberdade iremos tentar mostrar que o mesmo está relacionado com a noção de responsabilidade, o que nos levará, em última análise, a definir a filosofia sartreana como uma filosofia da ação. No primeiro capítulo iremos apresentar en passant a fenomenologia de Edmund Husserl, filósofo a partir do qual Sartre irá desenvolver seu conceito de liberdade. A noção husserliana de consciência (intencionalidade) será o caminho para Sartre desenvolver sua análise do fenômeno de ser. Dessa análise Sartre apresentará seus conceitos de ser Em-si e ser Para-si. O ser Em-si é definido como as coisas do mundo desprovidas de consciência; são as coisas que nos circundam. O Em-si tem como marca principal a positividade: ele é o que é; é tudo que pode ser dito a respeito dele. Por sua vez o ser Para-si é o próprio ser do homem, o qual difere radicalmente do Em-si. O Para-si tem como marca principal a intencionalidade, isto é, sua capacidade de se projetar para fora de si na existência. É quando Sartre mostrará que esse tipo de ser realiza sua existência na base de uma nadificação constante. Aqui surgirá a noção de nada. Dentre as relações do Para-si com o mundo circundante destaca-se uma muito especial: a relação entre consciências. É quando abordaremos a questão do outro. Na intersubjetividade, através da análise sartreana do olhar, mostraremos que o Para-si assume uma nova dimensão existencial: o ser-para-outro. É quando Sartre irá enfatizar sua noção de conflito. O conflito na intersubjetividade viria do fato de o Para-si querer tomar o outro Para-si como objeto. Diante disso analisaremos aquilo que Sartre chamará de relações concretas com o outro. O filósofo apresentará essas relações na forma de condutas de assimilação e condutas de apropriação. Nas primeiras meu Para-si tenta perder-se na consciência do outro; nas condutas de apropriação meu Para-si tenta apropriar-se da subjetividade do outro bem como tenta tratar os outros como coisas, como objetos. Nesse sentido Sartre analisará as experiências do amor, do masoquismo, da indiferença, do desejo e do sadismo. Após esse percurso entraremos no terreno da própria liberdade, que é o tema maior de nosso trabalho. Uma vez que Sartre define o Para-si como um ser que se projeta para criar o seu modo de ser, só lhe resta defini-lo como liberdade. A liberdade do Para-si é tomada em termos de autonomia de escolha. Uma vez que o Para-si não tem o modo de ser de uma coisa, como o ser Em-si, ele só pode existir escolhendo-se, isto é, fazendo seu ser. Aqui Sartre falará da angústia, que seria o sintoma da própria liberdade. O fato de o Para-si escolher-se na existência o põe como um ser angustiado. Contudo, na maioria das vezes o Para-si tenta fugir da angústia da liberdade e se refugia na má-fé. Após definir o homem (Para-si) como liberdade Sartre defenderá que ele é totalmente responsável por aquilo que fizer de si. Uma vez que o filósofo defende que o homem não é pré-determinado, isto é, não possui uma essência dada a priori, sua filosofia terá como pressuposto básico a ação. Se Sartre defende que o Para-si deve escolher constantemente o seu modo de ser, a ação será a base sobre a qual o homem irá exercitar sua própria liberdade. Nesse sentido concluiremos o trabalho com uma abordagem à obra O Existencialismo é um Humanismo, a qual representará a entrada do filósofo nas questões práticas da vida

ASSUNTO(S)

fenomenologia consciência para-si liberdade responsabilidade ação filosofia phenomenology consciousness for-itself freedom responsibility action

Documentos Relacionados