Nomeação e fluência verbal em portadores de esclerose múltipla

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

09/01/2012

RESUMO

O presente trabalho investigativo, que consta como título nomeação e fluência verbal em portadores de esclerose múltipla, desenvolve-se por meio de dois estudos: o primeiro, transversal e correlacional (estudo A), e o segundo, estudo de caso (estudo B). Os objetivos do estudo são: investigar o funcionamento da linguagem através da capacidade de nomeação e de fluência verbal de pacientes com Esclerose Múltipla; verificar as correlações entre os desempenhos em nomeação e fluência verbal e os desempenhos nos demais testes neuropsicológicos; verificar a influência das variáveis sexo e escolaridade no desempenho dos testes linguísticos e cognitivos; avaliar as habilidades linguísticas de paciente com diagnóstico de Esclerose Múltipla com atenção à disartria e à disgrafia, além de avaliar características e intensidade de ativação neuronal desse paciente em atividade de fluência verbal fonológica e semântica e nomeação, através de técnica de Ressonância Magnética Funcional. Foram realizadas avaliações neuropsicológicas em 42 portadores com Esclerose Múltipla e 30 participantes para grupo de controle. As avaliações foram comparadas com os resultados do banco de dados de portadores de Esclerose Múltipla do Hospital São Lucas da PUCRS. Além disso, para estudo de caso, foi avaliada paciente com Esclerose Múltipla Remitente-Recorrente através de tarefas de leitura, cópia e fala espontânea e, ainda, através de exame de ressonância magnética funcional em tarefa de nomeação, fluência verbal fonológica e fluência verbal semântica. Os resultados permitem fazer as seguintes afirmações: a fluência verbal, tanto fonológica quanto semântica, é comprometida em portadores de Esclerose Múltipla; a nomeação não é afetada nesses pacientes; embora a Esclerose Múltipla comprometa significativamente a fluência verbal, não compromete necessariamente memória e inteligência; há estreita relação entre déficits em fluência e redução da velocidade de processamento de informações; a variável sexo não interfere no desempenho cognitivo desses pacientes; a variável escolaridade não interfere no desempenho cognitivo desses pacientes, exceto no subteste Vocabulário, cuja diferença foi significativa entre escores de participantes com mais e com menos escolaridade. Os resultados do estudo de caso permitem afirmar: a participante apresentou nível importante de disgrafia e não apresentou disartria, o que reforça a característica heterogênea nas manifestações sintomáticas dessa doença; o Teste de Dominância Manual mostrou que a participante é destra; a análise das neuroimagens mostrou que há lesões importantes características da doença; as ativações em tarefa de nomeação e fluência ocorrem predominantemente no hemisfério esquerdo com ativações paralelas menos intensas no hemisfério direito, o que pode sugerir recrutamento de células nervosas devido a lesões no lobo temporal do hemisfério esquerdo.

ASSUNTO(S)

linguÍstica neurociÊncia esclerose mÚltipla neuropsicologia cogniÇÃo letras

Documentos Relacionados