Níveis de lisina digestível e validação da proteína ideal em rações para frangos de corte / Níveis de lisina digestível e validação da proteína ideal em rações para frangos de corte / Lysine levels and validation of ideal protein in diets for broilers / Lysine levels and validation of ideal protein in diets for broilers

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

14/02/2012

RESUMO

Foram realizados quatro experimentos com frangos de corte, sendo dois (Experimentos 1 e 2) para avaliar o efeito de níveis de lisina digestível em rações suplementadas ou não com aminoácidos industriais e outros dois (experimentos 3 e 4) para validar as relações dos aminoácidos digestíveis: Treonina, Valina, Isoleucina, Arginina e Triptofano; com a Lisina digestível, na proteína ideal, para frangos de corte submetidos a dois ambientes térmicos: termoneutro e estresse por calor. No experimento 1, foram utilizados 1440 frangos, de 8 a 21 dias de idade, com peso inicial médio de 168,1g, distribuídos em delineamento experimental inteiramente casualizado (DIC), em esquema fatorial 5 x 2 [(cinco níveis de lisina digestível: 1,00; 1,10; 1,20; 1,30 e 1,40% e dois tipos de ração: variando a proporção de milho e de farelo de soja (M+FS) e ração suplementada com aminoácidos industriais (PB+AA)], oito repetições e 18 aves por repetição. Foi observado efeito de interação apenas sobre o ganho de peso (GP) e sobre a deposição de gordura (DG) das aves. O consumo de ração (CR) em ambas as rações. Os níveis de lisina da ração M+FS influenciaram de forma quadrática o ganho de peso (GP) e a conversão alimentar (CA) que melhoraram até os níveis estimados de 1,30 e 1,40% de lisina, respectivamente. Na ração PB+AA, os níveis de lisina aumentaram o GP e melhoraram a CA de forma linear. Independente do tipo de ração, a deposição de proteina aumentou enquanto a deposição de gordura reduziu de forma linear com o aumento dos níveis de lisina. A ração M+FS proporcionou menor deposição de gordura em relação à ração PB+AA. No experimento 2, foram utilizados 1280 frangos, de 22 a 42 dias de idade, com peso inicial médio de 787,5g, distribuídos em DIC, em esquema fatorial 4 x 2 (quatro níveis de lisina digestível: 0,90; 1,00; 1,10 e 1,20% e dois tipos de rações, formuladas por metodologia semelhante à do experimento 1), oito repetições e 20 aves por repetição. Foi observado efeito de interação sobre os parâmetros de desempenho e de carcaça avaliados. Em ambas as rações a CA melhorou de forma linear com o aumento dos níveis de lisina. Os níveis de lisina da ração M+FS influenciaram o CR, o GP, os pesos absolutos (PA) de carcaça, coxa, sobrecoxa e o peso relativo (PR) de peito sem osso, que aumentaram de forma linear. Entretanto, os PA e PR de gordura abdominal (GA) reduziram linearmente com o aumento dos níveis de lisina na ração M+FS. Nas aves alimentadas com ração PB+AA o PR de sobrecoxa reduziu de forma linear com os níveis de lisina e os PR de peito com osso e peito sem osso reduziram de forma quadrática até os níveis estimados de 1,04 e 1,07% de lisina, respectivamente. A excreção e a retenção de nitrogênio aumentaram linearmente com os níveis de lisina da ração M+FS. No experimento 3, foram utilizados 336 frangos machos, dos 22 aos 42 dias de idade, distribuídos em DIC, com oito tratamentos (rações) [basal; cinco rações com as relações ideais com a lisina: treonina (Tre), valina (Val), isoleucina (Ile), arginina (Arg), triptofano (Trp); proteína ideal (PI); PI+ácido glutâmico+glicina (PI+Glu+Gli)], seis repetições e sete aves por repetição, alojadas em salas climatizadas. A temperatura do ar (TAR) e umidade relativa (UR) das salas foram de 23,8115C e 69,85,59%. O ITGU calculado foi de 70,91,66. Não foi observado efeito das rações experimentais sobre o CR, GP e CA. Da mesma forma, os PA e PR de carcaça, peito com osso e peito sem osso não foram influenciados pelas rações experimentais. Ambos os PA e PR da GA apresentaram o maior valor para a ração PI e o menor valor para a ração Tre. No experimento 4, a metodologia aplicada foi semelhante à do experimento 3, porém as salas climatizadas foram ajustadas para proporcionarem estresse por calor. A TA , a UR e o ITGU obtidos foram de 32,00,55C, 66,95,63% e 82,70,87, respectivamente. As rações experimentais não influenciaram o CR, GP e a CA. Os PA de carcaça, peito com osso, peito sem osso, perna e GA, assim como os PR de carcaça e peito sem osso não foram influenciados pelas rações experimentais. O maior PR de peito com osso e o menor PR de perna foram proporcionados pela ração PI+Glu+Gli. A ração PI porporcionou o maior PR de GA em comparação às demais rações. Conclui-se que, para frangos na fase de 8 a 21 dias de idade, os níveis estimados de 1,30 e de 1,40% de lisina digestível da rações M+FS proporcionaram, respectivamente, melhor GP e CA. Enquanto as aves que receberam rações PB+AA, o nível de 1,40% de lisina na ração proporcionou o melhor desempenho. Para a fase de 22 a 42 dias de idade, os níveis de 1,20 e 0,90% de lisina das rações M+FS e PB+AA, respectivamente, correspondem às exigências de lisina para o melhor desempenho. As relações dos aminoácidos treonina, triptofano, arginina, valina e isoleucina com a lisina ao nível de 1,10% na base digestível na proteína ideal preconizada por Rostagno et al. (2005) estão adequadas para frangos de corte submetidos aos ambientes termoneutro e de estresse por de calor. No estresse por calor, a suplementação com ácido glutâmico e glicina melhora as características de carcaça dos frangos de corte.

ASSUNTO(S)

producao animal aminoácido digestível aves desempenho digestible amino acids birds performance

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