Neurocisticercose Intraventricular experimental: Análise da resposta inflamatória / Experimental Intraventricular neurocysticercosis:Analysis of the inflammatory response

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

21/07/2011

RESUMO

A Neurocisticercose (NCC) causada pelo cisticerco da Taenia solium é a principal infecção parasitária cerebral que pode resultar em sintomas clínicos como crises convulsivas e hidrocefalia. Além de consideráveis perdas econômicas, sendo responsável por mais de 50 mil mortes anuais. Os modelos experimentais tornaram-se ótimas ferramentas para o estudo da cisticercose humana em diversos órgãos, incluindo sua foma mais grave a NCC. O parasito mais utilizado nos modelos experimentais da cisticercose é a Taenia crassiceps, devido ao seu rápido ciclo de desenvolvimento e similaridade antigênica com T. solium, sendo o modelo intraperitoneal o mais difundido. A inoculação intracranial de cisticercos de Mesocestoides corti, é o modelo experimental mais utilizado no estudo da NCC. Os objetivos deste trabalho foram apresentar um novo modelo experimental para o estudo da NCC utilizando cisticercos de T. crassiceps, inoculados intracranialmente em quatro linhagens diferentes de camundongos (BALB/c, BALB/c KO-IL-4, C57BL/6 e C57BL/6 KO-IFNγ), bem como avaliar a resposta inflamatória desses animais frente à neuroinfecção, aos 7, 30, 60 e 90 dias após a infecção (DAI). Os animais foram pesados, anestesiados com solução de xilazina/cetamina, realizada a antissepsia e tricotomia local e em seguida realizado o orifício de trepanação para a inoculação dos cisticercos. O orifício era então fechado com massa plástica estéril, suturada a incisão e os animais eutanasiados de acordo com o dia experimental com dose subletal de anestésico para a retirada do encéfalo. O novo modelo apresentado mostrou-se útil em reproduzir a doença nos animais, resultando em lesões e alterações semelhantes às que ocorrem nos seres humanos, baixa perda de animais e sem danos significantes nos controles, facilitando o estudo da doença. Observou-se que os animais BALB/c são menos resistentes à infecção, apresentando uma tendência maior à ventriculomegalia, resposta inflamatória com predomínio de células da fase aguda e destruição tardia dos cisticercos, em relação aos animais C57BL/6. Estes, mostraram uma inflamação com uma tendência ao predomínio de células mononucleares e maior eficiência na destruição dos parasitos. Comparando a resposta inflamatória nos animais BALB/c convencionais e KO-IL-4, ficou evidenciado que a ausência da IL-4 induziu maior parasitismo, favorecendo a sobrevida dos cisticercos, menor intensidade na resposta inflamatória, ventriculomegalia e perivasculite. Ambas as linhagens destruiram os cisticercos no final da fase tardia da inflamação. Na comparação da resposta inflamatória dos camundongos C57BL/6 convencionais e KO-IFNγ, a presença do IFNγ induziu maior ventriculomegalia, cronificação da inflamação, microgliose e destruição precoce dos cisticercos. Na ausência do IFNγ, a resposta inflamatória apresentou menor intensidade e destruição tardia dos cisticercos.

ASSUNTO(S)

taenia crassiceps neurocisticercose resposta inflamatória medicina taenia crassiceps neurocysticercosis inflammatory response

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