Mudanças conceituais sobre o corpo e a motricidade humanos: do naturalismo à concepção sócio-cultural
AUTOR(ES)
Carol Kolyniak Filho
DATA DE PUBLICAÇÃO
1999
RESUMO
A pesquisa representa um estudo sobre conceitos de estudantes universitários a respeito do corpo e da motricidade, antes e durante sua participação em um programa de Educação Física ministrado pelo autor, na PUC-SP. A análise centra-se no caráter mais ou menos naturalista das respostas dos alunos a questões que versam sobre duas grandes temáticas: concepção do corpo e da motricidade, no bojo de uma visão de homem, e concepção sobre o desenvolvimento de habilidades motoras e de características individuais. Os dados foram obtidos pela aplicação de um questionário inicial a 218 alunos ingressantes na universidade e de 5 questionários aos alunos que cursaram Educação Física com o autor, durante o ano letivo, um dos quais ao final. A partir da análisedos dados, apresentados em 86 tabelas, concluiu-se que: 1) - Alunos ingressantes na PUCSP, em 1996, apresentavam concepções sobre o corpo e a motricidade humanos de cunho predominantemente naturalista. 2) - Não foi possível, através da mediação feita pelo professor, promover uma desreificação da maior parte das concepções de caráter naturalista, mas houve mudanças nas concepções dos alunos, que variaram de caso para caso. 3) - Alguns alunos que não mudaram suas concepções no sentido pretendido pelo professor passaram a formular de forma mais precisa seus conceitos. 4) - Os conceitos que apresentaram maior incidência de mudança no sentido de uma desreificação foram aqueles que em geral formam-se durante a socialização secundária. 5) - Vários alunos não estabeleceram generalizações que o professor considerava como conseqüência lógica das relaçõês conceituais elaboradas nas aulas. 6) - A quebra do "contrato didático" propiciou aos alunos a produção de um novo significado para a disciplina Educação Física, que não corresponde totalmente às intenções do professor, mas incorpora parte destas. 7) - A instauração de uma relação afetivamente positiva entre professore alunos não é condição suficiente para que estes se apropriem integralmente do sistema conceitual que aquele apresenta, mesmo que a apresentação seja bem articulada e sistematizada. 8) - O movimento humano consciente pode ser melhor compreendido como processo e não como resultado final. 9) - Todas as funções psicológicas humanas devem ser consideradas constitutivas do movimento humano consciente. 10) - Na construção de processos pedagógicos relativos ao movimentb humano consciente, deve ser prevista uma ampla margem de negociação de significados entre professor e alunos. 11) - Na mediação pedagógica, deve-se sistematizar a abordagem das expectativas iniciais dos alunos, o estabelecimento de relações entre o sistema conceitual e sua aplicabilidade ao cotidiano e a sua articulação com conceitos elaborados por outras disciplinas
ASSUNTO(S)
educacao fisica para criancas corpo psicologia educacional motricidade humana
ACESSO AO ARTIGO
http://www.sapientia.pucsp.br//tde_busca/arquivo.php?codArquivo=8067Documentos Relacionados
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