Modelagem geológica e controle dos depósitos em geodos no distrito mineiro de Ametista do Sul (RS, Brasil)

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2011

RESUMO

A área de estudo está localizada na porção norte do Estado do Rio Grande do Sul e abrange principalmente os municípios de Ametista do Sul, Frederico Westphalen, Iraí, Caiçara, Rodeio Bonito, Planalto e Nonoai, onde existem os principais depósitos de ametista de classe mundial do Brasil. Esta região, pela quantidade de garimpos em extração e pela continuidade do principal horizonte mineralizado, é definida como Distrito Mineiro de Ametista do Sul (DMAS). Os objetivos deste trabalho são: i) caracterizar a seqüência de derrames da região do DMAS, ii) a sua relação com o principal nível produtor de geodos de ametista, iii) detalhar os controles geológicos estruturais do principal horizonte mineralizado (cota 410-440 m) e iv) identificar as características gemológicas gerais do preenchimento dos geodos. A estrutura da Fm. Serra Geral na região do DMAS é formada por 5 ciclos vulcânicos (Cn ao Cn+4) aflorantes (a Fm. Botucatu não aflora na região) e por um evento intrusivo caracterizado por basaltos altamente vesiculares e por brechas vulcânicas formadas em condições confinadas (peperitos). O mapeamento de estruturas deformacionais frágeis mostrou que 2 campos paleotensionais atuaram na formação dos arranjos e sistemas de zonas de fratura do DMAS. As direções compressivas e trativas destes campos de paleotensão são, no entanto, alternadas entre si, o que permite interpretar um sistema trativo ortogonal para a geração de tais estruturas. O evento intrusivo (basalto vesicular) aproveitou as descontinuidades estratigráficas (camadas espessas de arenito intertrape que marcam a separação dos ciclos vulcânicos) e as descontinuidades estruturais (zonas de fratura) para alojar diques e sills. As descontinuidades estruturais também foram aproveitadas para o desenvolvimento de um sistema hidrotermal convectivo, formado por fluidos magmáticos (desgaseificação do magma intrusivo) e por fluidos formacionais jovens advindos da compactação dos sedimentos da Bacia do Paraná. Este sistema convectivo foi responsável pela abertura e preenchimento dos geodos de ametista em quatro sucessivos pulsos de mineralização, que possuem paragêneses distintas e que, portanto, marcam as condições de evolução das propriedades físico-químicas dos fluidos.

ASSUNTO(S)

mapeamento geologico geologia estrutural geologia econômica : ametista

Documentos Relacionados