Minerais orgânicos na prevenção hiperparatireoidismo nutricional secundário em equinos / Prevention of secondary nutritional hyperparathyroidism in horses using organic minerals

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

Não é raro criar equinos em áreas onde baixo teor de fósforo, indisponibilidade de cálcio e teor de oxalato nas plantas podem levar a desequilíbrios resultando em hiperparatireoidismo nutricional secundário. Normalmente, os minerais atuam no organismo na forma orgânica e não inorgânica, porém, ainda há controvérsia na literatura quanto ao uso de minerais orgânicos. Objetivando-se avaliar o efeito da adição de ácido oxálico na dieta, causando desequilíbrio entre cálcio e fósforo em potros, e se dietas com minerais orgânicos, quando comparadas a dietas com minerais inorgânicos, seriam capazes de evitar esse desequilíbrio e evitar o desenvolvimento da patologia, analisaram-se: pesos dos animais, parâmetros sorológicos, concentrações minerais nos pêlos, densidade mineral óssea e biópsias ósseas. Utilizaram-se 24 potros, sem raça definida, com idade entre 18 e 24 meses. Cada tratamento foi composto por 6 potros (3 machos e 3 fêmeas), totalizando 4 tratamentos, em delineamento inteiramente casualizado, com medidas repetidas no tempo, em arranjo fatorial 2x2: suplementação com minerais orgânicos ou minerais inorgânicos, e presença ou ausência de oxalato na dieta. A colheita de amostras foi realizada em 150 dias, sendo a pesagem a cada 15 dias, os parâmetros sorológicos, mineralogramas capilares e densitometrias ósseas a cada 30 dias, e biópsias ósseas a cada 75 dias. Os resultados demonstraram aumento linear dos pesos em relação aos períodos, independente dos tratamentos e não foram observadas diferenças significativas nos hemogramas dos animais no período experimental. Houve diferença no paratormônio (PTH) plasmático entre o grupo tratado com minerais inorgânicos + oxalato em relação aos outros tratamentos. O hormônio calcitonina não diferiu entre tratamentos e durante períodos, assim como os minerais lítio, molibdênio, zinco, escândio, ouro, prata, tungstênio, zircônio, bário, berílio, cádmio, chumbo e mercúrio (dosados por mineralograma capilar). Foi observada diferença na concentração capilar de cálcio, enxofre, boro, cobre e estrôncio em relação aos períodos, independente dos tratamentos. As médias das concentrações capilares de manganês, no tratamento com minerais inorgânicos + oxalato não apresentaram diferenças entre períodos; porém nos outros tratamentos, assim como nos minerais fósforo, magnésio, potássio, silício, sódio, cobalto, cromo, ferro, selênio, titânio, alumínio e níquel houve efeito quadrático em relação aos períodos. Quanto à densidade mineral óssea do III metacarpiano, não foi observada diferença entre tratamentos, nem entre sexos. Foi observado efeito de período na mobilização de cálcio, fósforo e magnésio nos ossos, independente dos tratamentos. A partir dos resultados desse estudo, pode-se concluir que o modelo de indução de desequilíbrio entre cálcio e fósforo com inclusão de oxalato de potássio é efetivo e produz o resultado esperado. A suplementação mineral é capaz de aumentar a densidade mineral óssea, em potros, independente da fonte e do sexo. A criação de desequilíbrio mineral através da inclusão de oxalato de potássio diminui concentrações de cálcio, fósforo e magnésio nos ossos, independente da fonte suplementada. Potros suplementados com minerais orgânicos, mesmo quando desafiados com a inclusão de oxalato de potássio na dieta, mantém níveis de PTH plasmáticos estáveis, demonstrando melhor resistência ao desequilíbrio entre cálcio e fósforo e evitando o desenvolvimento da osteodistrofia fibrosa

ASSUNTO(S)

cálcio foals fósforo calcium chelated osteodistrofia osteodistrophy phosphorus potros quelatos

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