Mídia e terror: a construção da imagem do terrorismo no jornalismo

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

04/12/2012

RESUMO

A presente pesquisa investiga de que forma a mídia jornalística repercute, reforça e amplia a imagem dos atos terroristas no Séc XXI. Analisa ainda como os chamados terroristas se utilizam do jornalismo como ferramenta e montam seus atos a partir de algumas tendências da cobertura da mídia contemporânea. O principal problema aqui é: como o terrorismo se utiliza dos meios de comunicação de massa para ampliar o estado de terror, potencializando as ações terroristas? Nossa hipótese é que os chamados terroristas se apropriam de algumas tendências da mídia, como a espetacularização, a maniqueização e a homogeneização do conteúdo e se apoiam em elementos primordiais da cultura para elaborar suas ações. Por sua vez, ao cumprir sua obrigação de informar, dentro do contexto de jornalismo-espetáculo, o jornalismo se subordina a essa estratégia, ajudando a alimentar o discurso posterior do terror e a sensação de força ameaçadora. Esta tese aborda, portanto, o ambiente comunicacional que se forma entre terrorismo imprensa sociedade e sua complexa relação. Para isso, utiliza conceitos da Semiótica da Cultura, que tem como principal representante o autor Ivan Bystrina, e da Teoria da Mídia, que apresenta como principal expoente o jornalista e comunicólogo alemão Harry Pross. A partir dessas teorias-base, trabalhamos com elementos da arqueologia da mídia, a fim de entender as estruturas mais primárias que estão presentes na construção, na repercussão e na assimilação de atos terroristas. O presente trabalho objetiva trazer à tona as estruturas simbólicas que estão por trás do discurso do terrorismo, a fim de transformá-lo em fato noticiável e também como a mídia jornalística repercute e amplia esses atos, seja pela repetição das informações, seja pelo tratamento dado a essas questões. Entende-se que, nesse ambiente de comunicação, há uma realimentação constante entre o agente da notícia e a mídia jornalística. Para esta investigação são utilizados grandes atos terroristas de nossa época, focando os de maior repercussão, como os atentados de 11 de setembro de 2001 nos EUA, os de 07 de julho de 2005 em Londres e os de 11 de março de 2004 em Madri. No Brasil, é analisado o episódio que ficou conhecido como o Dia do PCC, que aconteceu em 15 maio de 2006 em São Paulo. A revista Veja e o jornal Folha de S. Paulo são as principais fontes documentais para nossas análises. Em alguns momentos utilizamos também outras publicações, nacionais e estrangeiras, como material de trabalho

ASSUNTO(S)

comunicacao semiótica mídia imagem jornalismo terrorismo violência semiotics media image journalism terrorism violence

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