Memória iconográfica: uma análise da representação das imagens fotográficas de negros/as nas universidades públicas do estado da Paraíba.

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

27/08/2012

RESUMO

Analisar imagens fotográficas como parte da memória iconográfica de concluintes de cursos de graduação da área de saúde de três instituições, tendo como foco as placas de formatura expostas nos corredores e hospitais da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) e da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) se configurou com objetivo geral desse estudo. O fenômeno estudado suscitou uma abordagem mista articulando o enfoque qualitativo e o enfoque quantitativo. O universo de pesquisa abrangeu três universidades públicas do estado da Paraíba: UFPB (Centro de Ciências Médicas, Hospital Universitário Lauro Wanderley e Centro de Ciências da Saúde Campus João Pessoa/PB), UFCG (Ciências Biológicas e da Saúde Campus Campina Grande/PB) e, UEPB (Hospital Universitário Alcides Carneiro, Centro de Ciências Biológicas e da Saúde - Campina Grande/PB). O corpus de análise foi constituído por 13 imagens fotográficas selecionadas dentre um total de 1.190 imagens fotográficas, extraídas de 174 placas de formatura que fazem parte da memória iconográfica desses cursos, identificados a partir do recorte histórico que abrangeu o período de 2000 a 2010. Essas imagens foram coletadas por meio de um scanner e uma câmera. Para identificação de negros/as nas imagens fotográficas utilizamos os fenótipos negroides como critério de análise. A pesquisa das imagens fotográficas foi efetuada com base no modelo de Smit (1996) para análise documentária de imagens e no referencial teórico desta dissertação. Para analisar as imagens fotográficas, foram necessários três tipos diferentes de dados coletados a partir das placas de formatura expostas nos corredores e hospitais das universidades solicitados junto às pró-reitorias competentes e responsáveis pela matrícula de candidatos/as nos cursos investigados e disponíveis nos sítios dessas universidades, com o objetivo de verificar a concorrência dos cursos considerados de alto prestígio. O material de análise é resultado de uma heteroclassificação atribuída pelo pesquisador com a observação e identificação dos fenótipos negroides e de uma autoclassificação (autoidentificação), atribuída pelo próprio respondente, quando lhe é perguntado, de forma espontânea. Os resultados apontam que a maioria de alunos/as e concluintes dos cursos analisados são predominantemente brancos/as, e que a desigualdade racial nos cursos de alto prestígio nas universidades públicas brasileiras, afeta negros/as, sobretudo, na Paraíba, requerendo uma mudança radical nos mecanismos de inclusão. Essa (in) visibilidade de negros/as nas universidades públicas pode ser interpretada como um fato que pouco se nota, raramente se discute, nem se deseja discutir. Considera-se que a presença inexpressiva de negros/as nessas universidades não se resolve apenas com uma ação isolada, mas com políticas públicas que beneficiem não só uma parte da população, mas toda ela, independente de cor, raça ou condição social.

ASSUNTO(S)

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