Mamografia: infraestrutura, cobertura, qualidade e risco do câncer radionduzido em rastreamento oportunístico no estado de Goiás / Mammography: infraestructure, coverage, quality and risk of radioinduced cancer in an opportunistic screening in the state of Goiás

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

10/04/2012

RESUMO

Entre os métodos disponíveis para diagnóstico e detecção precoce de câncer de mama, o mais indicado para o rastreamento em massa é a mamografia. Para garantir sua efetividade, é preciso que esse exame seja realizado com padrão de qualidade ótimo e a menor dose possível. Nesse contexto, a presente pesquisa teve como proposta avaliar a infraestrutura e o desempenho dos equipamentos instalados nos serviços de mamografia no estado de Goiás, no que se refere à cobertura, qualidade da mamografia e proteção radiológica (dose de exposição) das pacientes, tendo em vista a proposta de detecção precoce do câncer de mama por meio de rastreamento oportunístico. Realizouse um estudo prospectivo, que compreendeu o período de 2007 a 2010, durante o qual foram observados os serviços de diagnóstico por imagem que realizavam mamografia, inicialmente para o Sistema Único de Saúde (SUS) e, em 2010, incluíram-se os serviços do sistema privado. Dividiu-se a coleta de dados em duas etapas: a primeira, para levantamento de informações sobre infraestrutura e a segunda, para aplicação de testes com o objetivo de avaliar os parâmetros de desempenho dos equipamentos e materiais utilizados. Foram calculados: o percentual de conformidade nos itens avaliados referentes a qualidade da imagem e desempenho dos equipamentos, e estimada a dose média no tecido glandular mamário e os riscos de carcinogênese radioinduzida, bem como, o risco de mortalidade por tumores radioinduzidos. Os resultados foram apresentados em quatro artigos científicos. No primeiro, mostrou-se que a cobertura da mamografia no estado de Goiás em 2008 foi de 66% entre as mulheres na faixa etária de 50 a 69 anos, considerando-se a realização de mamografia bienal. No segundo artigo, concluiu-se que a implantação do Programa de Controle de Qualidade em Mamografia foi efetiva para a melhoria da qualidade da mamografia nos serviços do SUS. No início da pesquisa, somente 2,9% dos serviços do SUS estavam na faixa desejável de qualidade e, após duas intervenções (2008 e 2009), 20% deles a atingiram. Os resultados do terceiro artigo, em que se verificou a infraestrutura e a qualidade dos serviços que realizavam mamografia, tanto para o sistema SUS, como para o sistema privado, mostraram não haver diferença na qualidade do exame entre eles. Porém, a avaliação entre os tipos de tecnologia empregados mostrou diferença entre as doses (p <0,001) de radiação aplicadas durante a mamografia. No quarto artigo, estimou-se a relação benefíciorisco do rastreamento mamográfico realizado no estado de Goiás em 2010. O risco absoluto de excesso de câncer radioinduzido e o risco ao longo da vida apresentaram diferença significativa para os tipos de tecnologia (p <0,001) e o tipo de atendimento dos serviços (p <0,019) segundo a faixa etária de rastreamento. A razão de vidas salvas/vidas perdidas foi de 75,5/1 para o rastreamento na faixa de 40 a 70 anos e de 166,5/1 na faixa de 50 a 70 anos. Os resultados apontaram que a cobertura para a faixa de 50 a 69 anos no estado de Goiás está próxima do recomendado para o início de rastreamento organizado. Entretanto, quando avaliada por regional de saúde, a cobertura mostrou-se desigual e com grande concentração de equipamentos e exames na Regional Central. A avaliação inicial do desempenho dos equipamentos indicou a necessidade de implantação de ações para controle da qualidade da mamografia e do risco. As ações do Programa de Controle de Qualidade em Mamografia mostraram-se efetivas para a melhoria da qualidade da mamografia, embora o mesmo não tenha ocorrido com a dose de radiação empregada na mamografia. As doses nos mamógrafos convencionais são mais baixas do que nos mamógrafos acoplados aos digitalizadores de imagem. Em termos de proteção radiológica, o rastreamento na faixa etária de 50 a 70 anos, quando realizado bienalmente em mamógrafos com tecnologia convencional, apresentou maior benefício.

ASSUNTO(S)

câncer de mama programas de rastreamento mamografia serviços de saúde proteção radiológica neoplasias induzidas por radiação epidemiologia breast cancer screening programs mammography health services radiation protection radiation-induced cancer

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