Lipodistrofia em crianças e adolescentes com síndrome da imunodeficiência adquirida e sua relação com a terapia antirretroviral empregada
AUTOR(ES)
Sarni, Roseli Oselka Saccardo, Souza, Fabíola Isabel Suano de, Battistini, Tânia Regina Beraldo, Pitta, Tassiana Sacchi, Fernandes, Ana Paula, Tardini, Priscila Chemiotti, Fonseca, Fernando Luis Affonso, Santos, Valter Pinho dos, Lopez, Fábio Ancona
FONTE
Jornal de Pediatria
DATA DE PUBLICAÇÃO
2009-08
RESUMO
OBJETIVO: Avaliar a presença de lipodistrofia clínica em crianças com síndrome da imunodeficiência adquirida e relacioná-la com o esquema antirretroviral utilizado, alterações do perfil lipídico e resistência insulínica. MÉTODOS: Por meio de estudo transversal, foram avaliadas 30 crianças e adolescentes (mediana de idade = 9,1 anos) com síndrome da imunodeficiência adquirida, no período entre 2004 e 2005. As avaliações clínico-laboratoriais incluíram: classificação da infecção pelo HIV, medidas antropométricas (peso e estatura), glicemia e insulina séricas e perfil lipídico (LDL-c, HDL-c, triglicérides). A lipodistrofia foi definida por parâmetros clínicos. O teste do qui-quadrado foi utilizado na análise estatística. RESULTADOS: Todos os pacientes recebiam terapia antirretroviral regularmente (mediana de tempo de uso = 28,4 meses), 80% utilizavam três drogas em associação (terapia fortemente ativa) e 30% usavam inibidores de protease. Lipodistrofia e dislipidemia foram observadas em 53,3 e 60% dos pacientes, respectivamente. Crianças que utilizavam terapia fortemente ativa com inibidor de protease apresentaram maior percentual de lipodistrofia mista, com diferença estatisticamente significante em relação ao grupo com terapia fortemente ativa sem inibidor de protease e ao grupo sem terapia fortemente ativa (44,4 versus 16,7%; p = 0,004). Não se observou diferença estatisticamente significante entre presença de lipodistrofia e gênero, idade (> 10 anos), alterações do perfil lipídico e resistência insulínica. CONCLUSÕES: A elevada prevalência de dislipidemia e lipodistrofia verificada nas crianças com síndrome da imunodeficiência adquirida, mostrando relação com o esquema antirretroviral empregado, pode significar um risco elevado para o desenvolvimento futuro de complicações, especialmente as cardiovasculares.
ASSUNTO(S)
síndrome da imunodeficiência adquirida lipodistrofia dislipidemias pediatria agentes antirretrovirais
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