Levantamento etnobotânico de plantas utilizadas como anti-hiperlipidêmicas e anorexígenas pela população de Nova Xavantina-MT, Brasil

AUTOR(ES)
FONTE

Revista Brasileira de Farmacognosia

DATA DE PUBLICAÇÃO

2010-09

RESUMO

O presente trabalho verificou a utilização de plantas medicinais encontradas no Cerrado mato-grossense para o tratamento de hiperlipidemias e obesidade. Entrevistas com 180 pessoas acima de 50 anos foram realizadas em Nova Xavantina-MT. O questionário abordou nome popular, parte utilizada, forma de preparo e uso das espécies citadas, além de informações gerais sobre o uso de plantas. As dez plantas mais citadas foram coletadas, identificadas e estudadas por meio de uma revisão bibliográfica. A maioria dos entrevistados (95,6%) declarou utilizar plantas medicinais regularmente, sendo que 71,5% deles herdaram o conhecimento sobre plantas dos pais e avós e 94,20% relataram aconselhar o uso aos mais jovens. Além disso, 93,6% atestaram que as plantas são mais eficazes que os medicamentos de farmácia e 57% consideraram forte o efeito das mesmas, ou seja, sempre resolvem o problema de saúde. Quanto aos efeitos adversos, 95,9% disseram nunca ter sentido após o uso de plantas. Dos entrevistados, 56,7% conheciam ou já haviam utilizado plantas medicinais no tratamento de hiperlipidemias e obesidade, sendo citadas 54 espécies medicinais diferentes pertencentes a 53 gêneros e 38 famílias, com destaque para Fabaceae (13%). As dez plantas mais citadas foram: guatambu (Aspidosperma tomentosum Mart.), quina-do-cerrado (Strychnos pseudoquina St. Hil.), ipê-roxo [Tabebuia impetiginosa (Mart. Ex DC.) Standl], embaúba (Cecropia pachystachya Trec.), calunga (Simaba sp.), pata-de-vaca [Bauhinia rufa (Bong.) Steud.], mangaba (Hancornia speciosa Gomez), batata-de-tiú [Jatropha elliptica (Pohl.) Muell. Arg.], folha-de-carne (Casearia sylvestris Sw.) e manacá (Spiranthera odoratissima A. St.-Hil.). A folha foi a parte mais utilizada (46%) e o preparo das plantas ocorre principalmente por meio de infusão citado por 36,5% dos entrevistados. Apesar do uso popular destas plantas no combate as hiperlipidemias e obesidade, há necessidade de estudos fitoquímicos e farmacológicos que comprovem estas atividades, com vistas ao desenvolvimento de um fitoterápico.

ASSUNTO(S)

levantamento etnobotânico nova xavantina plantas medicinais anti-hiperlipidêmicas anorexígenas cerrado

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