Leitura e coautoria em A Rainha dos Cárceres da Grécia, de Osman Lins / Reading and co-authoring in Osman Lins A Rainha dos Cárceres da Grécia

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

18/04/2012

RESUMO

Este estudo se propõe a analisar a relação entre leitura e coautoria em A Rainha dos Cárceres da Grécia, de Osman Lins (1976), bem como seus desdobramentos. A fim de traçar o papel do leitor sugerido por essa obra do escritor pernambucano, serão abordadas as seguintes questões, as quais remetem a facetas da leitura literária: o processo de significação; a relação entre leitura, experiência e identidade; a escrita da leitura e o jogo de autoria; e, por fim, as repercussões da crise da Literatura moderna no ato de ler. A proximidade entre leitura e criação - que ganha evidência nos textos modernistas do século XX e é um dos temas centrais de A Rainha dos Cárceres da Grécia - têm algumas repercussões: quem lê assume um lugar de destaque e, assim como o escritor, deve mergulhar universo ficcional e estabelecer pontes entre a ficção e o dito mundo real. A aproximação entre leitura e autoria, portanto, não envolve somente elementos estéticos, mas acarreta também um novo leque de responsabilidades ao leitor, a quem cabe estabelecer uma relação entre o livro, sua experiência e a realidade empírica, alterando sua percepção sobre o mundo e sobre si a partir da consciência trazida pelos livros lidos. Nesse sentido, um dos propósitos dessa pesquisa é mostrar como a metalinguagem não se restringe a aspectos estilísticos e formais, pois põe em jogo o vínculo entre o universo ficcional e a dita realidade. O diário-ensaio-romance de Osman sugere, porém, que essa ponte não deve necessariamente vir explicitada pelo autor, sendo uma das atribuições do leitor construí-la.

ASSUNTO(S)

metalinguagem leitura literária metalanguage literary reading osman lins

Documentos Relacionados