Investigação de biomarcadores diagnósticos para a doença de Alzheimer no líquido cefalorraquidiano, na saliva e na mucosa oral.

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

02/08/2012

RESUMO

O processo de envelhecimento populacional é um dos maiores triunfos da humanidade e também um dos nossos grandes desafios. No Brasil, o número de indivíduos idosos (65 anos de idade ou mais) passou de cerca de cinco milhões em 1980 para aproximadamente 10 milhões em 2000, sendo que em 2030 este número poderá atingir quase 30 milhões (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, 2008). Esses números alertam para a possibilidade de crescimento do número de pessoas acometidas pelas demências. Demência é uma síndrome clínica caracterizada por comprometimento cognitivo suficientemente intenso para produzir prejuízo funcional. A forma mais comum de demência em idosos é a doença de Alzheimer (DA). Vários estudos têm investigado biomarcadores que possibilitem diagnóstico da DA e de outras demências degenerativas em estágios ainda iniciais. Além do diagnóstico precoce, o emprego dos biomarcadores, como as proteínas beta-amiloide (A-42), Tau-Total (Tau-T) e Tau fosforilada (P-Tau), traz novas informações a respeito dos mecanismos fisiopatológicos envolvidos nas doenças, permite monitorar o curso clínico e contribui de modo significativo para o desenvolvimento de novas drogas e avaliação de sua eficácia e segurança. O objetivo de nosso trabalho foi investigar os níveis de proteínas Tau-T, P-tau e A-42 no líquido cefalorraquidiano (LCR), saliva e mucosa oral de pacientes com DA (n=33), pacientes com demência não-DA (OD, n=22) e indivíduos controles saudáveis (CT, n=29), com o intuito de identificar biomarcadores adicionais para o diagnóstico da DA. Verificou-se que a expressão de proteína A-42 no LCR do grupo DA estava significativamente aumentada quando comparada com o grupo CT. O mesmo perfil foi encontrado na saliva. Ao analisarmos a proteína Tau-T no LCR, verificamos que a mesma não apresentou diferença significativa quando comparamos o grupo DA com os grupos OD e CT. O mesmo foi observado nos resultados obtidos na saliva. Quanto à proteína P-Tau, observamos que os níveis foram significativamente elevados no grupo DA ao compararmos com o grupo OD, somente no LCR. Por meio do Western blot analisamos a expressão das proteínas Tau-T e P-Tau obtidas através das células da mucosa oral. Tanto a Tau-T quanto a P-Tau apresentaram aumento significativos no grupo DA quando comparamos ao grupo CT. Os resultados obtidos sugerem que a dosagem da proteína A na saliva e a análise da expressão das proteínas Tau-T e P-Tau na mucosa oral são biomarcadores diagnósticos promissores para a DA e que, portanto, merecem ser investigadas em estudos futuros.

ASSUNTO(S)

neurociências teses. alzheimer, doença de teses. marcadores biológicos teses.

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