Investigação da acalásia do esfíncter anal interno por meio da eletromanometria de pacientes chagásicos obstipados com e sem megacolo (Goiânia-Goiás-Brasil) / Investigation of the internal anal sphincter achalasia by electromanometry of constipated patients with Chagas disease with and without megacolon (Goiania, Goias, Brazil)

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

02/02/2012

RESUMO

A doença de Chagas permanece um importante desafio para a saúde pública no continente sul americano. A colopatia chagásica é considerada a segunda manifestação clínica digestiva mais comum da doença e a obstipação intestinal crônica, seu principal sintoma. O objetivo geral foi investigar a presença de acalásia, por meio da eletromanometria do esfíncter anal interno, em pacientes chagásicos obstipados com e sem megacolo. O presente estudo avaliou parâmetros clínicos e eletromanométricos de 64 pacientes com sintoma de obstipação intestinal, atendidos no serviço de coloproctologia de um hospital universitário da região central do Brasil HC/UFG. A acalásia esteve presente em 91,3% dos pacientes com megacolo e/ou megarreto (Grupo 1), em 47,29% dos sem megacolo e/ou megarreto (Grupo 2) e em nenhum dos pacientes do grupo controle (Grupo 3). A capacidade retal foi de 309,1, 159,2 e 150,1 mL nos Grupos 1, 2 e 3 respectivamente. O presente estudo concluiu que a presença de megacolo em pacientes obstipados chagásicos alerta para a possibilidade de ocorrência de acalásia do esfincter anal interno, uma vez que foi detctada na grande maioria dos pacientes. Em pacientes obstipados crônicos, com sorologia positiva para doença de Chagas, sem megacolo a constatação da ausência do reflexo inibitório retoanal, pela eletromanometria, pode de forma definitiva comprovar a colopatia chagásica. Por outro lado, a presença do reflexo afastaria, naquele momento, esse diagnóstico, devendo esses pacientes serem seguidos e tratados como os demais portadores de obstipação por outras causas. A comparação das manifestações clínicas nos três grupos não evidenciou diferenças que pudessem distinguir pacientes com colopatia chagásica daqueles com obstipação funcional, reafirmando a importância da realização da eletromanometria em pacientes chagásicos e obstipados. Todo paciente portador de obstipação intestinal, com sorologia positiva para doença de Chagas no qual o enema opaco não revele megacolo e/ou megarreto, deverá ser submetido à eletromanometria para pesquisa de acalásia do esfíncter interno do ânus, para a conclusão do diagnóstico e condução do tratamento.

ASSUNTO(S)

doença de chagas obstipação intestinal eletromanometria reflexo clinica medica chagas disease constipation electromanometry recto anal inhibitory reflex

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