Influência de desordens metabólicas no desenvolvimento de lesões periapicais em ratos : efeito da terapia antioxidante

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

18/12/2012

RESUMO

O objetivo deste estudo foi avaliar a influência de dois modelos de desordens metabólicas, cardiomiopatia e diabetes do tipo 2, no desenvolvimento de lesões periapicais em ratos, bem como, analisar o possível benefício do tratamento com o composto antioxidante, tempol, nestes modelos. Inicialmente, para avaliar o efeito do tempol em lesões periapicais de ratos com cardiomiopatia induzida por doxorrubicina, foram utilizados 40 ratos divididos em quatro grupos: (1) ratos tratados com solução salina (10 ml/kg, durante 21 dias após a indução da lesão periapical) por via oral; (2) ratos tratados com tempol (30 e 50 mg/kg, durante 21 dias após a indução da lesão periapical) por via oral; (3) ratos com cardiomiopatia induzida por doxorrubicina, tratados com solução salina por via oral (10 ml/kg), e, (4) ratos com cardiomiopatia induzida por doxorrubicina, tratados com tempol (30 e 50 mg/kg, a partir do terceiro dia de tratamento com doxorrubicina, até 21dias após a indução da lesão periapical). O peso corporal foi registrado durante todo o período experimental. As lesões periapicais foram induzidas no primeiro molar inferior direito.Após 21 dias de indução de periodontite apical, os animais foram eutanasiados e as mandíbulas foram removidas para realização das radiografias e análise histológica. Amostras do fígado e do coração foram retiradas para determinação dos radicais livres. A administração oral de tempol (50 mg/kg) foi eficaz em prevenir significativamente o estabelecimento de lesões periapicais em animais controle e, em ratos submetidos ao modelo de cardiomiopatia induzida por doxorrubicina, de acordo com os resultados observados no exame radiográfico e, corroborados pela analise histológica. No entanto, foi possível observar que os efeitos protetores do tempol, foram virtualmente maiores nos animais controle, quando comparados com ratos tratados com doxorrubicina, como indicado pelas análises histológica e radiográfica. Este fato pode estar relacionado com a produção aumentada de radicais livres nos animais com cardiomiopatia.O tratamento com tempol foi capaz de reverter significativamente a perda de peso corporal 10 induzida pela doxorrubicina, embora a redução da atividade da catalase não tenha sido significativamente alterada no fígado ou no coração. Posteriormente, foi investigado o desenvolvimento de lesões periapicais em ratos com diabetes do tipo 2. Nesta etapa, os animais receberam água (N=5) ou uma solução de glicose a 20% (N=15) durante nove semanas. Após a sexta semana, as lesões periapicais foram induzidas nos primeiros molares mandibulares e, os animais foram subdivididos em 4 grupos. O grupo (1) foi composto por ratos não diabéticos, que receberam solução salina por via oral (10 ml/kg). Os ratos tratados com glicose foram divididos nos seguintes subgrupos: (2) animais tratados com solução salina (10 ml/kg por via oral); animais tratados por via oral com tempol (3) 50 mg/kg; ou (4) 100 mg/kg. O ganho de peso corporal foi monitorado durante toda a fase experimental. Após 21 dias de indução de periodontite apical, os animais foram submetidos à eutanásia e, as mandíbulas foram removidas para a análise radiográfica e histológica. Amostras de fígado foram retiradas para determinação dos radicais livres e, o plasma sanguíneo foi utilizado para a determinação dos níveis de insulina.Os animais diabéticos mostraram uma diminuição significativa do ganho de peso e, um ligeiro aumento dos níveis de insulina, com uma redução dos níveis das enzimas antioxidantes, catalase e glutationa-S-transferase (GSH). Essas alterações foram revertidas com a administração do tempol, na dose de 100 mg/kg. A extensão e a celularidade das lesões periapicais dos ratos com diabetes tipo 2 foi semelhante ao observado nos ratos controle. Entretanto, a administração de tempol, mesmo na dose de 100 mg/kg, não foi capaz de alterar as lesões periapicais em ratos diabéticos, sugerindo que a terapia sistêmica com tempol foi ineficaz em ratos submetidos ao consumo de altas concentrações de glicose.Em conclusão, o tratamento com antioxidante tempol apresentou efeitos sistêmicos benéficos sobre a periodontite apical de animais com cardiomiopatia induzida por doxorrubicina e em ratos controle. Entretanto, apesar de afetar outros parâmetros relacionados 11 com o diabetes, o tempol não foi eficiente em melhorar os resultados de lesões endodônticas em animais com diabetes tipo 2. Estes dados podem ser úteis para auxiliar no plano de tratamento de pacientes com desordens metabólicas que procuram por tratamento endodôntico. Outras estratégias terapêuticas devem ser avaliadas nos mesmos modelos experimentais, incluindo a utilização de curativos de demora contendo tempol, bem como, a associação com fármacos hipoglicemiantes, como a metformina

ASSUNTO(S)

odontologia endodontia lesÕes periapicais antioxidantes periodontia odontologia

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