Inclusão social e arte na educação não-formal: a experiência do Instituto Arte no Dique

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

A educação constitui-se hoje num grande desafio e encontra-se continuamente em processo de reformulação. Surgem novos espaços educativos, instrumentos diversificados e as instituições formais experimentam uma crise de identidade e valor. O momento exige o exercício de repensar os conceitos educacionais, buscar outras práticas pedagógicas e conhecer, com maior profundidade, propostas diferenciadas de educação, que contemplem visões não reprodutoras, mas transformadoras da realidade. Essa pesquisa pretende analisar o contexto e a prática pedagógica inclusiva de uma experiência de ensino não-formal, que utiliza a arte como fio condutor na educação de crianças, adolescentes, jovens e adultos em situação de risco e exclusão social. E a partir daí suscitar reflexões que conduzam ao estabelecimento de ações educativas nos diversos espaços de socialização e formação humana (especialmente a escola), direcionadas à inserção de sujeitos históricos, marginalizados e excluídos da sociedade, como cidadãos de direito e de fato. O Instituto Arte no Dique, situado na periferia da cidade de Santos, que contempla os moradores da favela conhecida como Dique de Vila Gilda (Zona Noroeste), constitui o campo de pesquisa. Suas atividades vêm sendo desenvolvidas desde 2002, tornando-se referência cultural na Baixada Santista, especialmente a atuação da Banda Querô, em processo de profissionalização, formada, em sua maioria, por adolescentes e jovens. A pesquisa é de abordagem qualitativa e a perspectiva escolhida foi a dialética. A partir da pesquisa bibliográfica, realizou-se estudo de caso, baseado no levantamento de dados sobre os sujeitos envolvidos, de documentos referentes à sua trajetória e entrevistas com integrantes do projeto: componentes da banda Querô, mestre da percussão, equipe de trabalho do Instituto (residentes ou não na comunidade). Utilizou-se como referencial teórico o pensamento de autores como Castel, Wanderley e Sawaia (exclusão social); Freire, Gadotti e Brandão (perspectiva dialética da educação); Giroux e Sacristán (pedagogia crítica dos conteúdos); Afonso, Gohn e Von Simson (educação não-formal), Fischer, Langer e Duarte Júnior (educação pela arte). Este trabalho pretende aguçar um debate pertinente. A articulação do processo do conhecimento e da aprendizagem com a arte, e a tarefa de observá-la como instrumento de inclusão social num contexto de educação-não-formal, poderão contribuir para o necessário diálogo e comunicação entre os diversos espaços educativos, contribuindo para a ampliação das fronteiras da educação atual e para a promoção de uma inclusão não apenas quantitativa, mas principalmente qualitativa.

ASSUNTO(S)

inclusão social educacao educação pela arte educação não-formal instituto arte no dique

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