Implantação de protocolo institucional para o uso racional de hemoderivados e seu impacto no pós-operatório de cirurgias de revascularização miocárdica

AUTOR(ES)
FONTE

Einstein (São Paulo)

DATA DE PUBLICAÇÃO

2013-09

RESUMO

OBJETIVO: Cirurgias cardíacas são, por vezes, acompanhadas de perdas sanguíneas significativas, e transfusões de sangue podem ser necessárias. No entanto, o uso indiscriminado de hemoderivados pode resultar em efeitos danosos para o paciente. Neste estudo, avaliamos os efeitos imediatos da implantação de um protocolo para o uso racional de hemoderivados no perioperatório de cirurgias de revascularização miocárdica. MÉTODOS: Entre os meses de abril e junho de 2011, foi implementado um protocolo institucional em um hospital privado especializado em cardiologia com a anuência e a colaboração de sete equipes de cirurgia cardíaca, visando ao uso racional de hemoderivados. Foram verificados dados clínicos e demográficos dos pacientes, e avaliados o uso de hemoderivados e os desfechos clínicos no período intra-hospitalar, antes e após a implantação do protocolo. O protocolo consistiu em uma campanha institucional junto às equipes cirúrgicas, de anestesiologia e intensivistas, para difundir a prática do uso de hemoderivados com base em critérios clínicos objetivos (anemia com repercussões hemodinâmicas e disfunção ventricular significativa), bem como tornar rotineira a prescrição de ácido epsilon-aminocaproico no intraoperatório, que é prática recomendada por diretrizes internacionais baseadas em evidência científica. RESULTADOS: Após os 3 meses de implantação do protocolo, houve aumento do uso de ácido epsilon-aminocaproico de 31% para 100%. Antes da implantação do protocolo, 67% das cirurgias utilizaram alguma transfusão sanguínea; após a implantação, 40% das cirurgias necessitaram de alguma transfusão sanguínea nos meses subsequentes do mesmo ano (p<0,001). Não houve diferença significativa nos desfechos clínicos avaliados antes e após implantação do protocolo. CONCLUSÃO: O uso racional de hemoderivados, associado à infusão do ácido epsilon-aminocaproico, tem o potencial de reduzir o número de hemotransfusões no perioperatório de cirurgias cardíacas, o que pode ter impacto no risco de complicações.

ASSUNTO(S)

cirurgia torácica revascularização miocárdica transfusão de sangue Ácido 6-aminocaproico hemorragia

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