IDENTITY PROCESSES WOMAN IN TERREIRO "ILÊ ASHE OLOIÁ TASSITAÒÒ" ARACAJU IN / SE. / PROCESSOS IDENTITÁRIOS DA MULHER NO TERREIRO ILÊ AXÉ OLOIÁ TASSITAÒÒ EM ARACAJU / SE.

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

27/09/2012

RESUMO

Esta pesquisa teve como objetivo analisar o modo como a liderança feminina no candomblé agencia processos identitários da mulher. O interesse pela temática partiu do fato historicamente notório de que estes espaços religiosos são marcados pela presença da mulher, como membro e sacerdotisa da religião. Com isto, elegemos como universo de pesquisa uma casa-de-culto aracajuana: o Ilê Axé Oloiá Tassitòò, considerando que a mesma não só é liderada por uma mulher (a Yalorixá Mãe Tassitaòò), mas também compõe-se de uma maioria de filhas-de-santo. A pesquisa foi realizada na perspectiva do estudo de caso, no intuito de dar profundidade às questões elucidadas. Para tal, nos apropriamos das noções de Identidade Individual e Identidades Relacionais de Claude Dubar (1993) e utilizamos os procedimentos metodológicos da Entrevista Biográfica, a Entrevista Etnográfica e a Observação Participativa. Tais instrumentos metodológicos nos permitiram levantar a história de vida da Yalorixá, reconstituindo sua trajetória objetiva e subjetiva através de suas narrativas de si; dessa forma, analisando um processo identitário individual. Por conseguinte, através de uma abordagem etnográfica, acessamos a rede de relações do terreiro, no sentido de analisar a percepção que os membros da família-de-santo possuem sobre a líder, seu papel e sua atuação, bem como compreender que tipo de influência a mesma exerce sobre seus seguidores (filhos-de-santo). A partir destes procedimentos, nos foi possível aduzir que a mãe-de-santo, imersa neste sistema de significados, incorpora aprendizados já atrelados à sua função histórica e culturalmente delineada que reconfiguram concepções e práticas sociais, produzindo formas de atuar peculiares. Ademais, seu posto religioso a faz referência de concepções e práticas sobre seus seguidores, promovendo não somente a transmissão de aprendizados acerca da religião, mas interferindo cotidianamente na vida dos mesmos, assim determinando escolhas de vida, modos de ser e existir no mundo social, bem como papéis e funções de gênero, que ganham significados específicos. Ademais, o poder que lhe é conferido pelo cargo a transforma em grande agente sociocomunitária que fomenta a cultura afro-brasileira, autorizando-a, por conseqüência, a disseminar também novas referências de pensamento e conduta da mulher.

ASSUNTO(S)

processos identitários agência sociologia identity process female lead power agency liderança feminina poder

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