Identificação e desenvolvimento de biomarcador para câncer de pulmão de não-pequenas células : o potencial prognóstico da cofilina-1

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

2012

RESUMO

O câncer de pulmão é responsável por aproximadamente 13% do total de casos de neoplasias malignas e por cerca de 1.4 milhões de mortes por ano em todo mundo. Esta neoplasia apresenta-se sob dois principais subtipos: câncer de pulmão de pequenas células (CPPC) e câncer de pulmão de não-pequenas células (CPNPC). Cerca de 85% dos casos de câncer de pulmão são do tipo CPNPC. Os sinais e sintomas são secundários ao crescimento do tumor primário, ao comprometimento lobo-regional, à disseminação à distância, ou são secundários às síndromes paraneoplásicas. Essas características refletem diretamente sobre as taxas de mortalidade; de cada 100 novos casos, 80 são inoperáveis e a maioria morre dentro de 3 anos. Isso significa que, apesar dos diversos avanços no diagnóstico e tratamento, o prognóstico do câncer de pulmão permanece sendo extremamente ruim, com sobrevida média de 10 meses, e cumulativa total em 5 anos de aproximadamente 12%. Atualmente, o prognóstico e a decisão terapêutica de pacientes com câncer de pulmão é baseada no TNM, Embora esse seja o procedimento considerado padrãoouro entre os profissionais de saúde, ele não leva em consideração características biológicas do tumor. Nesse contexto, a identificação de biomarcadores para câncer pode agregar importantes informações ao já estabelecido sistema TNM e resultar em tratamentos mais eficientes e em menores taxas de mortalidade. Existem 5 fases distintas que conceitualizam o desenvolvimento de um biomarcador tumoral. Através dessas fases consecutivas, é possível que se desenvolvam ferramentas úteis para triagem populacional, capazes de serem implementadas na rotina clínica para predição de desfecho do paciente, resposta terapêutica e monitoramento da doença. O presente projeto avaliou o valor prognóstico dos principais genes citados na literatura como potenciais biomarcadores para CPNPC, e verificou-se que nenhum deles apresentou significância na correlação estatística que indica poder prognóstico. Além disso, identificamos e validamos o papel prognóstico da cofilina-1 por meio de dados de microarranjo e quantificação de seu imunoconteúdo em biópsias de CPNPC. Para tanto, fizemos uso de meta-análise de bancos de dados e análise densitométrica das reações imuno-histoquímicas, seguida de correlação com dados de grau de diferenciação tumoral, classificação histológica, sexo, idade e desfecho relativo a cada caso. Além disso, desenvolvemos um método de baixo custo, fácil execução e ampla aplicação e reproducibilidade, capaz de quantificar a proteína em amostras biológicas, com potencial para ser implementado na rotina clínica e aplicamos esse método em uma coorte restrospectiva de CPNPC. Confirmamos assim o papel prognóstico da cofilina-1. Estes achados seguem a lógica das fases de desenvolvimento de um biomarcador e representam um grande passo no seu processo de validação.

ASSUNTO(S)

carcinoma pulmonar de células não pequenas immunohistochemistry biomarcadores non-small cell lung cancer cofilina 1 cofilin-1 imunoistoquímica prognosis biomarker prognóstico

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