Função visual e motora ocular na esclerose múltipla / Visual and ocular motor function in multiple sclerosis

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

26/08/2011

RESUMO

A esclerose múltipla é uma doença crônica imunomediada do sistema nervoso central, caracterizada por inflamação, desmielinização e lesão axonal na fase inicial, e desmielinização crônica, degeneração progressiva e perda axonal, atrofia cerebral e gliose na fase crônica. O acometimento do sistema visual e motor ocular são manifestações comuns da doença. O objetivo desse estudo foi observar as alterações relacionadas das funções visuais no período remissivo da doença e sua correlação com as imagens da ressonância magnética. Foram realizadas a avaliação da acuidade visual, do campo visual central computadorizado, da visão cromática e da sensibilidade ao contraste em 48 pacientes com esclerose múltipla recidivante-remitente e em 25 controles. O evento anterior de neurite óptica aguda foi utilizado para classificar os pacientes: 26 com história positiva e 22 com história negativa. A avaliação clínica dos movimentos oculares foi realizada em 60 pacientes e 35 controles. O subgrupo com história de neurite óptica apresentou pior resultado (p<0,05) em todos os testes quando comparado ao grupo controle; o subgrupo sem história de neurite óptica apresentou pior resultado na perimetria estática e na visão de cores. Os dois subgrupos não diferiram entre si nos resultados dos testes visuais. Na avaliação comparativa entre as lesões observadas nas radiações ópticas de 29 pacientes e os índices da perimetria estática, houve associação entre lesões mais extensas e piores índices do campo visual. Na análise dos movimentos oculares, a falha do cancelamento do reflexo vestíbulo ocular, a dismetria sacádica e a presença de movimentos corretivos durante o acompanhamento ocular uniforme, foram as alterações mais freqüentes. O questionário de função visual e o suplemento de itens neuroftalmológicos detectaram pior qualidade de vida visual numa amostra de 41 pacientes com esclerose múltipla em relação a 22 controles. O comprometimento da função visual e motora ocular foi frequente na esclerose múltipla no estágio recidivante-remitente mesmo fora do período agudo da doença. Foi possível observar associação entre os índices da perimetria automatizada e resultados quantitativos das imagens por ressonância magnética. Alterações dos movimentos oculares, próprias do quadro de oftalmoplegia internuclear, puderam ser associadas às lesões do fascículo longitudinal medial.

ASSUNTO(S)

neurite óptica transtornos da visão movimentos oculares imagem por ressônancia magnética optic neuritis vision disorders eye movements magnetic resonance imaging

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