Fotossensibilização hepatógena em búfalos (Bubalus bubalis) em pastagens de Brachiaria decumbens no estado de Minas Gerais

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

01/02/2011

RESUMO

O objetivo deste trabalho foi relatar o estudo da fotossensibilização hepatógena em búfalos durante dois surtos pela ingestão de Brachiaria decumbens no município de Fortuna de Minas, MG. No surto 01 foram atendidos dois búfalos jovens com fotossensibilização e outros oito animais sem sinais clínicos pertencentes ao mesmo lote dos enfermos. No surto 02 foram atendidos sete animais com lesões de pele e outros nove, clinicamente saudáveis, criados sob as mesmas condições em município vizinho. Todos os animais foram submetidos ao exame clínico e foi coletado soro para determinação dos níveis séricos de gamaglutamil-transpeptidase (GGT), aspartatoamino-tranferase (AST), bilirrubina direta (BD), bilirrubina indireta (BI), bilirrubina total (BT), indicadores da função hepática e de uréia e creatinina, indicadores da função renal. Realizou-se histopatologia de fragmentos do fígado de cinco animais. Durante os surtos e a cada dois meses ao longo de um ano, foram coletadas amostras de capim dos piquetes onde os animais adoeceram para avaliação quantitativa da saponina protodioscina, aliado a observações das características das pastagens e dados diários de pluviosidade. Os sinais clínicos observados foram apatia, perda de peso, inquietação, retração cicatricial das orelhas e prurido intenso nos locais das lesões de pele, principalmente, na região da garupa, inserção da cauda, pescoço e membros posteriores. Semelhantes aos observados em outros ruminantes, porém sem a presença marcada de icterícia. Apenas a enzima GGT apresentou níveis aumentados (P<0,01) nos animais intoxicados (n=17) quando comparado aos animais saudáveis (n=9), sendo indicada para diagnosticar lesão hepática em búfalos criados em pastos de B. decumbens. Na microscopia do fígado verificou-se macrófagos espumosos e lesões de hepatopatia associado à presença de cristais em ductos biliares. Durante os surtos os níveis de protodioscina estavam acima de 3% e logo após reduziram para níveis inferiores a 0,80%, comprovando a etiologia da lesão hepática. Os surtos ocorreram no início do período chuvoso e houve correlação positiva entre saponina e quantidade de precipitação pluviométrica, bem como quantidade de folhas verdes na pastagem, concluindo que a gramínea esteve mais tóxica neste período.

ASSUNTO(S)

ciência animal teses

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