Fosforribosilpirofosfato sintase de Mycobacterium tuberculosis tipo selvagem : uma PRS classe II bacteriana?

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

23/09/2011

RESUMO

A tuberculose humana (TB), causada principalmente pelo Mycobacterium tuberculosis, representa uma ameaça global liderando a causa de morte em adultos em decorrência de um único agente infeccioso; sendo responsável por cerca de dois milhões de óbitos por ano no mundo. Estima-se que aproximadamente um terço da população está infectada com o bacilo na sua forma latente. Agentes quimioterápicos mais eficazes e menos tóxicos são necessários para reduzir a duração do tratamento atual, assim como melhorar as possibilidades de tratamento para as cepas MDR-TB, XDR-TB e TDR-TB. Além disso, há necessidade de um tratamento eficaz para a TB latente, impedindo ainda que a doença se desenvolva para a forma ativa. Em 1998 com o sequenciamento completo do genoma da cepa de M. tuberculosis H37Rv houve a possibilidade do estudo e validação de alvos moleculares para o desenho racional de drogas anti-TB. As enzimas que participam de vias metabólicas essenciais são alvos promissores para o desenvolvimento de novos quimioterápicos para o tratamento da TB. A proteína fosforribosilpirofosfato sintase de M. tuberculosis (PRS, EC 2.7.6.1) é uma enzima de central importância em muitas vias metabólicas em todas as células. A PRS catalisa a formação do PRPP e AMP a partir da R5P e ATP, onde o ATP irá doar um grupamento difosforil para a R5P. A amplificação, clonagem, expressão e purificação de MtPRS permitiu a identificação de seu substrato doador difosforil GTP, CTP e UTP, além de ATP já descrito anteriormente, além da ausência da dependência de fosfato inorgânico (Pi) para a atividade enzimática. Ambas características nos indicam que MtPRS pode ser classificada como uma PRS classe II, até agora somente identificada em plantas.Através do ensaio de ligação através de espectrometria de fluorescência, vimos que os substratos R5P, ATP e GTP e o produto AMP são capazes de se ligarem à enzima na sua forma livre, indicando um provável mecanismo sequencial aleatório para nucleotídeos de purina, com liberação sequencial ordenada dos produtos; e mecanismo sequencial ordenado para a ligação dos substratos e liberação dos produtos para nucleotídeos de pirimidina. As características que distinguem as enzimas PRS Classe II da Classe I, sendo que a classe I inclui todas as três isoformas H. sapiens, podem ser exploradas para desenvolver inibidores específicos para MtPRS, tanto para a tuberculose ativa quanto para a latente.

ASSUNTO(S)

biologia tuberculose enzimas medicamentos - desenvolvimento biologia molecular

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