Florestan Fernandes e o lugar da USP na história da sociologia no Brasil

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

Esta é uma pesquisa sobre a Sociologia brasileira na década de 1950. Seu eixo de análise é a trajetória de Florestan Fernandes, acadêmico pioneiro, dono de vasta obra e significativa trajetória como construtor institucional na Universidade de São Paulo. O objetivo geral do trabalho é analisar suas reflexões sobre a origem da Sociologia acadêmica no país, confrontando-as com publicações daquela época. Florestan inaugurou uma narrativa que exalta os feitos da Sociologia universitária e, ao mesmo tempo, relega tanto as tradições ensaísticas quanto as pesquisas sociais conduzidas nos demais estados. Tal narrativa, presente em seus escritos de 1958, 1976 e 1978 teve prosseguimento nos estudos de Carlos Guilherme Mota (1998) e Sérgio Miceli (2001) sobre o mesmo tema e é definida aqui como auto-imagem uspiana. Quanto aos objetivos específicos, esta investigação busca reconstruir alguns cenários e episódios importantes para o desenvolvimento da Sociologia no Brasil. Ao descrever os debates que presidiram a organização do Projeto Unesco sobre questões raciais no Brasil, entre 1952 e 1959, e as palestras proferidas no 1 Congresso da Sociedade Brasileira de Sociologia, São Paulo, 1954, este trabalho levanta evidências sobre os vários pontos de contato entre Sociologia acadêmica e linhagens de estudos ensaísticos, e sobre a produção de pesquisas sociológicas de alto padrão em estados nos quais a modernização caminhava a passos lentos naquela década. Organizado dessa maneira, o trabalho lança dúvidas sobre as convencionais imagens da ruptura entre os referidos saberes e da exclusividade paulista no período de formação da Sociologia "científica" no País.

ASSUNTO(S)

sociologia universidade de são paulo florestan fernandes intelectuais sociology pensamento brasileiro university of são paulo intellectuals sociologia florestan fernandes brazilian thought

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