Fatores do trabalho associados à lombalgia não específica, caracterizada no âmbito da resistência da musculatura extensora lombar, entre trabalhadores de enfermagem de Unidades de Terapia Intensiva / Work-related factors associated to nonspecific low back pain characterized by the resistance of lumbar extensor muscles among female nursing workers of intensive care units

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

28/09/2012

RESUMO

As lombalgias têm influenciado no absenteísmo e no presenteísmo de trabalhadores de enfermagem. O objetivo geral deste estudo foi identificar os fatores do trabalho associados à lombalgia não específica, caracterizada no âmbito da resistência da musculatura extensora lombar, em trabalhadoras de enfermagem de Unidades de Terapia Intensiva. Trata2se de um estudo exploratório do tipo transversal com abordagem quantitativa dos dados, realizado em Unidades de Terapia Intensiva. A amostra foi composta por 48 trabalhadoras (enfermeiras, técnicas e auxiliares de enfermagem) atuantes há mais de seis meses na Unidade de Terapia Intensiva de um hospital público (HA) (n=32) e um hospital privado (HB) (n=16) da cidade de Ribeirão Preto2SP. Os instrumentos utilizados para coleta dos dados foram: Questionário de caracterização dos sujeitos (características sociodemográficas e ocupacionais), Questionário Nórdico de Sintomas Osteomusculares - adaptado (caracterização dos sintomas osteomusculares, segundo as regiões do corpo), Fatores do trabalho que podem contribuir para os sintomas osteomusculares 2 adaptado, Teste de Sorensen (identificação da resistência da musculatura extensora lombar) e Escala RPE de Borg (identificação do esforço percebido). Os dados foram coletados em 2011, nos hospitais, pelo pesquisador, após a aprovação do projeto de pesquisa pelo Comitê de Ética em Pesquisa (Processo 122/2011) e permissão dos chefes dos serviços. Resultados: as participantes do estudo eram mulheres, na faixa etária entre 20 e 56 anos, a maioria se declarava branca, solteira (58,3%), com filhos (52,1%), sedentária (64,6%), com acúmulo de trabalho profissional e doméstico (89,6%). As enfermeiras executam tarefas gerenciais e assistenciais, com predomínio das gerenciais, e os técnicos e auxiliares de enfermagem executam o cuidado direto aos pacientes, tarefas que são consideradas desgastantes. O sintoma lombar foi a principal queixa osteomuscular (66,7%), seguido dos segmentos ombros (54,2%), pescoço (47,9%) tornozelos (41,7%) e região dorsal (41,7%). As trabalhadoras com sintoma lombar atingiram um tempo menor (93,06 s.) de resistência da musculatura extensora da coluna no teste de Sorensen, em comparação às trabalhadoras assintomáticas (116,30 s), e o esforço percebido após o teste foi intenso (15) para todos os sujeitos. Os principais fatores do trabalho que contribuem para os sintomas lombares identificados pelas trabalhadoras de enfermagem foram relacionados a aspectos posturais (torção e flexão de coluna, curvar as costas, postura estática) e organizacionais (repetitividade, horas extras, falta de descanso e velocidade do trabalho). Concluímos que os sintomas lombares são frequentes entre as trabalhadoras de enfermagem das unidades estudadas, embora a resistência da musculatura extensora da coluna não tenha apresentado diferenças estatisticamente significativas entre os grupos de sujeitos sintomáticos e assintomáticos. Os resultados obtidos e os fatores identificados pelas trabalhadoras como contribuintes aos sintomas lombares são indicadores da inadequação das condições de trabalho e de que ações de intervenção no ambiente e na organização do trabalho são necessárias. O estudo contribuiu para o avanço do conhecimento das áreas de Saúde do Trabalhador, Fisioterapia e Enfermagem.

ASSUNTO(S)

unidade de terapia intensiva lombalgia distúrbios osteomusculares enfermagem intensive care unit low back pain musculoskeletal disorders nursing

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