FAMÍLIAS EM SITUAÇÃO DE INCLUSÃO/EXCLUSÃO SOCIAL NA COMUNIDADE: um instrumento em construção

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2005

RESUMO

A necessidade de se ter um instrumento válido e confiável para investigar como a família se percebe em relação a sua inclusão ou exclusão social na comunidade em que vive, ou se ela se percebe somente em alguns aspectos estando incluída e em outros excluída do viver em sociedade. Este instrumento oferece subsídios para orientar a práxis dos profissionais da saúde e de outras áreas, bem como a formulação de políticas públicas de enfrentamento à exclusão social. Serve, também, como uma ferramenta para confrontar os resultados encontrados, frutos de avaliações objetivas dos pesquisadores, com os da subjetividade das famílias. A escassez de pesquisas que demonstrem evidências científicas de validade de instrumentos direcionados à situação de inclusão/exclusão de famílias mostra uma lacuna no que se refere a instrumentos para construção do conhecimento, adaptados à cultura brasileira e ao grupo famílias. O objetivo desta pesquisa foi construir um instrumento de pesquisa para conhecer as percepções de famílias em fase de aquisição, quanto à inclusão/exclusão social na comunidade em que vivem. Esta pesquisa foi do tipo metodológica, e foram selecionados nove (9) peritos, que apresentassem uma das seguintes características: com domínio da área de conhecimento sobre família; domínio do tema inclusão/exclusão social; experiência em pesquisa; ter experiência no trabalho com famílias/comunidade; ter característica de exercer trabalho multidisciplinar; pertencer a diferentes instituições de ensino da Região Sul. O instrumento de pesquisa construído apresentava as dimensões de família, inclusão/exclusão social, família em fase de aquisição. E os seguintes construtos: sócio-familiar, simbólico-cultural, sócio-político, saúde e qualidade de vida. A parte de elaboração de escalas de avaliação que foi desenvolvida neste estudo faz parte dos procedimentos teóricos, que enfoca a questão da teoria. A análise teórica foi feita por juízes comportou dois tipos distintos: semântica e validade de conteúdo. Após a análise semântica, o instrumento reformulado foi então encaminhado aos peritos para ser realizada a validade de conteúdo, aos quais foi solicitado responder duas perguntas para cada construto, sendo a primeira sobre a representatividade de cada questão em relação ao construto sob análise. A segunda, avaliava se as questões de cada construto eram suficientes para representá-la. Em outras palavras, a primeira relacionava-se à coerência das questões com o construto sob estudo, enquanto que a segunda indagava se o construto sob estudo fora suficientemente representado. Para a análise, as respostas foram quantificadas e descritas sob a forma de tabelas para cada construto examinado, apresentando a porcentagem de aceite. Considerou-se o critério de aceite o mesmo apresentado por Pasquali (1998), isto é, 80%. A análise de Cluster foi utilizada de forma complementar para auxiliar na decisão dos itens a serem mantidos no instrumento final. Este estudo resultou na criação de um instrumento que possui as dimensões de família, família em fase de aquisição, inclusão/exclusão social e comunidade; sendo composto por 5 construtos, que são: sócio-familiar, sócio-político, simbólico-cultural, saúde e qualidade de vida e sócio-econômico, e que totalizou 46 questões.

ASSUNTO(S)

instrumento família inclusão/exclusão social ciencias da saude

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