Exposição, avaliação e manejo da dor aguda do recém-nascido em unidades neonatais de um hospital estadual / Exposition, evaluation and management of acute pain in neonates in neonates\ unities in a state hospital

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

17/12/2012

RESUMO

Os recém-nascidos internados em unidades neonatais são expostos a inúmeros procedimentos potencialmente dolorosos durante sua hospitalização, e há desconhecimento de tal exposição e das práticas para o manejo da dor, na maioria dos serviços brasileiros de referência neonatal. Este estudo descritivo exploratório foi realizado em três etapas, com os objetivos de avaliar o conhecimento e as práticas dos profissionais de saúde que atuam em unidades neonatais de um hospital estadual do interior paulista quanto à avaliação e ao manejo da dor no recém-nascido (etapa 1), identificar os registros de avaliação da dor e de intervenções farmacológicas e não farmacológicas para o alívio da dor, feitos pelos profissionais em prontuários neonatais nesse hospital (etapa 2) e dimensionar a exposição dos neonatos a procedimentos de dor aguda, durante os primeiros sete dias de internação nessas unidades neonatais (etapa 3). Os 15 médicos, 8 enfermeiras e 34 auxiliares de enfermagem preencheram um questionário contendo dados relacionados ao conhecimento e às práticas de avaliação e manejo da dor neonatal. Na etapa 2, foi feito um estudo retrospectivo em fonte secundária, utilizando dados dos prontuários de 115 recém-nascidos internados nas unidades de cuidados intensivos e intermediários neonatais do hospital, no período de 12 meses. Na etapa 3, foi realizado registro à beira do leito de todos os eventos potencialmente dolorosos a que os recém-nascidos foram submetidos, durante a primeira semana de internação nessas unidades, no período de setembro a dezembro de 2011. Constatou-se que apenas uma auxiliar de enfermagem acredita que o neonato não sente dor. Todas as enfermeiras e a grande maioria dos médicos e auxiliares de enfermagem afirmaram que avaliam a dor no recém-nascido, tendo como parâmetros de avaliação mais frequentes o choro e a mímica facial; os parâmetros fisiológicos, especialmente o aumento da frequência cardíaca, foram os mais mencionados pelos médicos. Nenhum dos profissionais de saúde conhecia escalas para a avaliação de dor no recém-nascido. Entre as medidas não farmacológicas para o alívio da dor neonatal, citadas pelos profissionais de saúde, predominou o uso da glicose com ou sem a sucção não nutritiva, enquanto as medicações mais referidas como adequadas para o alívio da dor neonatal foram o fentanil e o paracetamol. Os registros sobre a avaliação e as intervenções para o alívio da dor neonatal constavam apenas nas prescrições médicas e nos diagnósticos, prescrições e anotações de enfermagem. Os recém-nascidos participantes da etapa 3 foram submetidos a 1.316 procedimentos potencialmente dolorosos, durante a primeira semana de internação; a média foi de 5,9 ± 4,7 procedimentos por dia, variando de 9,4 ± 6,2 no primeiro dia a 3,8 ± 3,2 procedimentos no sétimo dia de internação. Os procedimentos dolorosos mais frequentes foram as punções de calcâneo e venosa. Concluiu-se que há desconhecimento dos profissionais de saúde e sub-registro sobre a avaliação e o manejo adequados da dor aguda no recém- nascido e que os neonatos são submetidos a inúmeros procedimentos potencialmente dolorosos, durante sua hospitalização. Recomenda-se a capacitação profissional e a elaboração de protocolos de cuidado para a avaliação adequada e o tratamento efetivo da dor, nessas unidades neonatais.

ASSUNTO(S)

acute pain dor aguda health personnel manejo da dor medição da dor newborn pain management pain measurement pessoal de saúde recém-nascido

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