Existe câncer cervical HPV negativo? / Does HPV negative invasive cervical cancer exist?

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

14/12/2011

RESUMO

O câncer no colo do útero é o segundo tipo de neoplasia maligna mais prevalente nas mulheres no mundo todo e o seu rastreamento é realizado através do exame microscópico das células esfoliadas da mucosa cervical, o teste de Papanicolaou. Partindo-se da premissa que a infecção por Papilomavírus Humano oncogênico (HRHPV) é condição necessária para o desenvolvimento desta neoplasia, tem-se avaliado a possibilidade de empregar-se para a mesma finalidade, o rastreio, métodos que detectam o material genético viral. Estudos recentes demonstraram que estes testes moleculares apresentam maior sensibilidade e a substituição do teste citológico pelos moleculares vem ocorrendo em alguns países. O monitoramento da resposta ao tratamento das pacientes com câncer cervical é realizado por meio de testes inespecíficos como exames de imagem. Portanto, é desejável o desenvolvimento de um teste específico, não invasivo capaz de detectar precocemente a recidiva. Este estudo investigou a freqüência e os tipos de HPV presentes em tumores cervicais de pacientes brasileiras, e verificou a ocorrência de resultados HPV-negativos pelos testes moleculares, procurando investigar as causas de possíveis falhas dos testes. Além disso, padronizou e avaliou uma reação de PCR em tempo real capaz detectar o DNA do HPV-16 e 18 no plasma das pacientes. Foram incluídas no estudo 104 pacientes com diagnóstico confirmado de câncer cervical atendidas em três hospitais oncológicos do Estado de São Paulo, ICESP, IBCC e HC-Barretos, no período de novembro de 2009 a julho de 2011. Foram coletados um fragmento do tumor cervical e sangue total. O DNA extraído dos tumores foi submetido a genotipagem do HPV por meio da utilização dos kits Linear Array HPV Genotyping Test (LA) e PapilloCheck®, além de PCRs tipo específicas para HPV-16, 18 e 45. Amostras que apresentaram resultado HPV-negativo no PapilloCheck®, tiveram parte da região E1 seqüenciada para verificar potenciais causas do resultado falso-negativo. A amostra de plasma das pacientes que apresentavam HPV-16 e/ou 18 no tecido tumoral foi submetida à PCR em tempo real para avaliar a presença do DNA do HPV no plasma. Das 104 amostras de tecido tumoral, 103 foram positivas para HPV, sendo que os HPV-16 e 18, como infecção simples, foram os encontrados com maior freqüência (48,5%). Os testes LA e PapilloCheck® apresentaram 65,4% de concordância total. O PapilloCheck® apresentou 12,5% de resultados falso-negativos (N=13). A principal hipótese para explicar esses resultados é a presença de mutações na região de hibridização dos iniciadores e/ou das sondas. A reação de PCR em tempo real específica para HPV-16 e 18 padronizada no estudo apresentou baixa sensibilidade, mas alta especificidade e não deve ser utilizada como teste diagnóstico para o câncer cervical. A relação entre DNA de HPV no plasma e o prognóstico da paciente deve ser explorada no futuro

ASSUNTO(S)

nucleotide sequence papillomaviridae papillomaviridae polymerase chain reaction reação em cadeia da polimerase sequência de nucleotídeo uterine cervical neoplasms dna viral dna viral neoplasias do colo do útero

Documentos Relacionados