Estudo de utilidade clínica da identificação de alterações gênicas nas vias PI3K/AKT e MAPK no diagnóstico do nódulo tiroidiano e na predição de evolução do paciente com câncer diferenciado da tiróide = : Study of clinical utility in the identification of genetic alterations in PI3K/AKT and MAPK pathways in diagnosis of thyroid nodules and in prediction of outcome i patients with differentiated thyroid carcinoma / : Study of clinical utility in the identification of genetic alterations in PI3K/AKT and MAPK pathways in diagnosis of thyroid nodules and in prediction of outcome i patients with differentiated thyroid carcinoma

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

23/08/2012

RESUMO

O câncer diferenciado de tiroide (CDT) é a malignidade endócrina mais comum e a quarta mais frequente entre as mulheres Brasileiras. O carcinoma papilífero da tiroide (CPT) representa 80-90% de todas as malignidades tiroidianas. As mais importantes vias envolvidas na formação e progressão do CDT são as vias MAPK e PI3K/AKT. O gene RAS possui como uma de suas vias efetoras a via PI3K/AKT, a qual tem um papel importante na sobrevivência e na proliferação celular. A mutação Q61R do gene NRAS é a mais frequentemente encontrada em CDT. O gene BRAF possui mutações pontuais que são identificadas em 40-45% nos CPT, sendo a V600E a mais comum encontrada nesta neoplasia e responsável por manter e promover a progressão a tumores mais agressivos do CPT. O gene AKT possui um papel importante na via de sinalização PI3K, regulando a sobrevivência, proliferação e crescimento celular, sendo que a isoforma AKT1 possui um papel de pró-motilidade em CDT. Para investigar a utilidade clínica das vias MAPK e PI3K/AKT no diagnóstico e prognóstico do CDT foi realizada a genotipagem da mutação dos genes NRAS, HRAS e BRAF e o seqüenciamento automático do éxon 3 do gene AKT1 em 281 pacientes com nódulos tiroidianos. Destes, 190 eram tumores benignos, incluindo 121 hiperplasias e 69 adenomas foliculares, e 91 eram tumores malignos, sendo 60 carcinomas papilíferos variante clássica, 26 carcinomas papilíferos variante folicular, 01 carcinoma papilífero variante células altas, 02 carcinomas foliculares e 02 carcinomas anaplásicos. Todos os pacientes foram tratados e seguidos de acordo com um protocolo padrão por 12 a 87 meses (38,06±19,9 meses). A genotipagem do códon 61 do gene NRAS mostrou que indivíduos com genótipo CT possuem maior risco de desenvolverem o CPT de variante folicular (p=0,025). Já a mutação de HRAS não teve nenhuma utilidade clínica. A presença do genótipo heterozigoto da mutação de BRAF teve associação com o desenvolvimento do CPT (p<0,001). Observamos alterações genéticas no éxon 3 do gene AKT1 em 114 (41,76%) de 273 pacientes. Foram encontradas 3 alterações intrônicas (rs2494738, rs3730368, rs3730358) e uma exônica (L52R). A presença da alteração rs2494738 mostrou associação com ausência de invasão tumoral (p=0,004) e a rs3730368 como fator de proteção no desenvolvimento de tumores malignos (p=0,046), enquanto que o genótipo selvagem se relacionou com o desenvolvimento de tumores benignos menores de 2cm (p=0,033). A presença da alteração rs3730358 se associou com tumores malignos menores de 2 cm (p=0,032). Já a presença da alteração L52R apareceu em tumores malignos (p=0,004) e encapsulados (p=0,006), em tumores benignos menores de 2cm (p=0,029) e de 2-4cm (p=0,0387). Portanto, podemos concluir que existem alterações genéticas importantes que possam influenciar no desenvolvimento do CDT, sugerindo que estas alterações possam servir como possíveis marcadores de diagnóstico. Porém neste estudo estas alterações não tiveram relação com prognóstico, talvez pelo baixo tempo de seguimento destes pacientes.

ASSUNTO(S)

neoplasias da glândula tireóide proliferação celular mutação thyroid neoplasms cell proliferation mutation

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