Estudo da frequência e perfil epidêmico-sorológico da toxoplasmose ocular em pacientes atendidos no ambulatório de oftalmologia do hospital universitário onofre lopes no município de Natal, Rio Grande do Norte
AUTOR(ES)
Norma Helena Duarte Mendes
FONTE
IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia
DATA DE PUBLICAÇÃO
31/03/2011
RESUMO
A toxoplasmose, provocada pelo parasito intracelular Toxoplasma gondii, é uma das parasitoses mais prevalentes em todo o mundo. Nos humanos, a transmissão ocorre por meio das três formas evolutivas do parasito: oocistos, cistos tissulares e taquizoítos. Os felídeos, silvestres ou domésticos, são os hospedeiros definitivos. A forma ocular da toxoplasmose pode ser de origem congênita com manifestações clínicas precoces ou tardias, ou ainda ser adquirida após o nascimento. O T. gondii é considerado o principal responsável pela maioria dos casos de uveítes infecciosas. Este estudo avaliou a toxoplasmose ocular, relacionando-a com fatores associados ao modo de vida dos pacientes e descrever um perfil epidêmico-sorológico e clínico dos indivíduos acometidos. Foi realizado um estudo seccional, com uma população de 159 pacientes. Para avaliação dos dados observados foi utilizada a análise univariada com cálculo de Odds Ratio, tendo como índice de confiança de 95% e o valor de p <0,05. Foi observada uma prevalência de 4% de toxoplasmose ocular na população de pacientes atendidos na clínica oftalmológica. Dos pacientes examinados diretamente por ensaio imunoenzimático (MEIA-AxSYM- Microparticle Enzyme Imune Assay), considerando apenas as uveítes, foi verificada uma freqüência de anti- T. gondii de 73%, a maioria dos pacientes apresentaram titulação entre 40-99 UI IgG/mL. Quanto à localização da lesão ocular foi observada a bilateralidade em 57% dos pacientes avaliados pela técnica de oftalmoscopia. Quando comparados com os resultados da busca ativa de prontuários se observou uma similaridade na freqüência de prevalência para toxoplasmose ocular (74%), e 55 % quanto a localização bilateral da lesão. Quanto ao tipo de lesão observada, a mais freqüente foi a lesão do tipo I, com disposição intraocular na mácula. O inquérito epidemiológico revelou que os fatores de riscos: o contato direto com gatos, o consumo de carne crua ou mal cozida e o contato direto com o solo foram significativamente associados com as maiores chances de adquirir toxoplasmose ocular. A caracterização da amostra em relação à faixa etária foi significativa para pacientes entre 31-40 anos [χ, Teste do qui-quadrado (p = 0,04)], porém características populacionais tais como escolaridade, distrito sanitário, renda mensal não tiveram significância segundo esse teste estatístico. Os resultados confirmam que a toxoplasmose ocular está amplamente distribuída na cidade do Natal, com significativa prevalência de lesões oculares provocadas pelo T.gondii. É recomendável um maior controle por parte das autoridades sanitárias, visando minimizar o risco de infecção toxoplásmica em toda população.
ASSUNTO(S)
epidemiologia. toxoplasmose ocular toxoplasma gondii ciencias biologicas toxoplasma gondii ocular toxoplasmosis epidemiology.
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