ESTUDO DA ATIVIDADE ANTI-INFLAMATÓRIA DA LECTINA DE SEMENTES DE Lonchocarpus araripensis BENTH / STUDY ON ANTI-INFLAMMATORY ACTIVITY OF THE LECTIN SEEDS Lonchocarpus araripensis BENTH

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

27/02/2012

RESUMO

Lectinas são glicoproteínas ubiquamente distribuídas na natureza, com habilidade de reconhecimento e ligação a carboidratos específicos sem alterar a estrutura química dos ligantes. Apresentam inúmeros efeitos biológicos, que parecem estar associados à sua especificidade de ligação a carboidratos. Lectinas de leguminosas com afinidade a N-acetil-glicosamina tem se mostrado exclusivamente antiinflamatórias, a exemplo da lectina de Lonchocarpus sericeus. O objetivo deste trabalho foi investigar a atividade anti-inflamatória da lectina de Lonchocarpus araripensis (LaL), ligadora de N-acetil-glicosamina, sobre os aspectos celulares e vasculares em modelos de inflamação aguda, analisando seus mecanismos de ação e toxicidade. Camundongos Swiss albinos (25-35 g) receberam LaL (10 mg/Kg) por via endovenosa, durante nove dias consecutivos para análise das funções do rim (dosagem de creatinina e uréia), do fígado (avaliação cinética da aspartato amino transaminase e alanina amino transaminase), variação de massa corporal e leucograma. In vitro foi avaliada a atividade hemaglutinante sobre o sangue periférico e os resultados obtidos mostraram que não houve alteração dos parâmetros avaliados, nem hemaglutinação sobre hemácias dos camundongos, sugerindo aparente ausência de toxicidade da LaL. A avaliação da atividade antiinflamatória foi avaliada nos modelos de edema de pata e peritonite. Os animais receberam LaL nas doses de 0,1; 1 ou 10 mg/Kg por via endovenosa, associada ou não ao açúcar ligante N-acetil-glicosamina, 30 min antes dos estímulos inflamatórios. A LaL inibiu em até 69% o edema de pata e em 26% o aumento de permeabilidade induzidos por carragenana. Este efeito foi confirmado pela análise histopatógica das patas dos animais. No entanto, o tratamento com a lectina não modificou o efeito edematogênico provocado pela dextrana. A LaL foi capaz de inibir o edema provocado pela serotonina em 80% e pela bradicinina em 55%, mas não aquele induzido por histamina ou pela substância P. Também foi capaz de inibir o edema dos mediadores nitroprussiato de sódio em 83%, fator de necrose tumoral em 75%, fosfolipase A2 em 48% e prostaglandina E2 em 62%. No modelo de peritonite, a LaL inibiu a migração de neutrófilos induzida pelo estímulo quimiotático direto (N-formil-metionil-leucil-fenilalanina fMLP) em 88% e pelo estímulo indireto (carragenana) em 68%. A análise por microscopia intravital evidenciou que esta inibição ocorre nas etapas de rolamento e adesão leucocitária, uma vez que a lectina reduziu o número de neutrófilos nessas etapas em 81% e 69%, respectivamente. A atividade anti-inflamatória da lectina foi revertida pela associação da LaL ao açúcar ligante nos dois modelos avaliados, demonstrando a participação do domínio lectínico neste efeito. A LaL pode operar impedindo atividade adesiva de selectinas, competindo com estas glicoproteínas por carboidratos ligantes no endotélio ou nas membranas dos leucócitos ou ainda, pode atuar estimulando a liberação de citocinas anti-inflamatórias.

ASSUNTO(S)

inflamação lectina de leguminosa lonchocarpus araripensis benth ciencias biologicas inflammation leguminous lectin papilionoideae lonchocarpus araripensis benth papilionoideae

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