Estudo comparativo da qualidade parasitológica e toxicológica entre hortaliças cultivadas com água de reuso e hortaliças comercializadas em Ribeirão Preto - SP / Comparative study of the toxicological and parasitological quality of vegetables grown with wastewater and vegetables sold in Ribeirão Preto - SP

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

30/01/2012

RESUMO

Várias regiões do planeta sofrem com escassez natural de água potável, o aumento da população e a contaminação ambiental desse recurso têm agravado esse quadro. Nesse contexto, práticas de reuso de água na agricultura vêm sendo difundidas em diversos países. O objetivo deste trabalho foi comparar a qualidade parasitológica e toxicológica entre hortaliças cultivadas com água de reuso e hortaliças comercializadas em feiras livres do município de Ribeirão Preto - SP. Para tanto, foram coletadas 20 amostras de alface (Lactuca sativa) e 20 de rúcula (Eruca sativa) nas feiras livres do município e na horta experimental construída na Estação de Tratamento de Esgotos de Ribeirão Preto, onde as hortaliças foram irrigadas com efluente tratado e clorado a 0,1 mgL-1. No total foram coletadas 80 amostras. Para análise parasitológica foram utilizadas a Técnica de Sedimentação Espontânea e a Técnica de Separação Imunomagnética com utilização de Microscopia de Imunofluorescência e Contraste de Fase (método 1623 USEPA), para análise de Cryptosporidium spp. e Giardia spp. A leitura das concentrações de metais foi realizada por Espectrometria de Massa com Plasma Indutivamente Acoplado (ICP-MS). Os resultados obtidos evidenciaram que tanto as verduras coletadas nas feiras livres quanto as produzidas na horta experimental apresentaram positividade para contaminação parasitológica, especialmente helmintos. Especificamente para Cryptosporidium spp. e Giardia spp., o método 1623 mostrou que houve contaminação por Giardia spp. apenas nas hortaliças procedentes da horta experimental, com densidades que variaram de 6 a 15 cistos/50g. e por Cryptosporidium spp., com densidade de 3 oocistos/50g. As análises de metais mostraram que houve diferença significante dos metais Cd, Pb, Mn e Fe, em alface e rúcula, sendo as concentrações maiores nas amostras procedentes da horta experimental. O Pb apresentou concentrações máximas próximas ou superiores ao Limite Máximo de Tolerância, segundo o Decreto 55871/1965, nos dois grupos de hortaliças analisados. Concluiu-se que a cloração do efluente tratado a uma concentração de 0,1 mgL-1 não elimina os agentes patogênicos persistentes ao tratamento convencional. Para viabilizar a utilização de águas residuárias tratadas na cultura de hortaliças é necessário buscar uma forma de tratamento complementar que elimine microrganismos patogênicos presentes no efluente. Evidenciou-se também, a necessidade de monitoramento constante das concentrações de metais no efluente e na hortaliça produzida considerando as variações temporais que caracterizam o esgoto urbano, pois esses elementos podem ser transferidos para a cadeia alimentar. Torna-se evidente a necessidade de continuar buscando usos alternativos ao reuso da água, visando contornar os problemas já existentes de escassez de água garantindo a preservação de fontes de água no futuro.

ASSUNTO(S)

agricultura agriculture heavy metals hortaliças metais parasitas parasites reúso de água vegetables wastewater use

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