Estrutura da paisagem e regeneração natural em reflorestamentos com espécies nativas da Mata Atlântica

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

18/04/2012

RESUMO

Hoje no Brasil restam somente cerca de 7% da vegetação original do bioma Mata Atlântica. No Paraná esse cenário não é diferente, os remanescentes florestais são pouco e pequenos, restando apenas cerca de 10% da cobertura florestal inicial. Com a elevada fragmentação, a recuperação natural das áreas por meio da sucessão secundária fica dificultada, pela diminuição do fluxo biológico. Reflorestamentos são meios de catalisar a sucessão secundária, pois promovem condições climáticas e atraem dispersores. Porém, o sucesso depende da paisagem onde estão inseridos, uma vez que para garantir a regeneração é necessária a chegada de propágulos provenientes de fragmentos florestais. Assim, a regeneração natural pode variar conforme os elementos e sua distribuição na paisagem. Este trabalho teve como objetivo analisar a influência da paisagem sobre a regeneração natural em reflorestamentos, principalmente com relação à distribuição dos remanescentes florestais próximo a eles. Para tanto, foram registrados os regenerantes de dezoito reflorestamentos da região norte do Paraná. Em cada reflorestamento foram estabelecidas 10 parcelas de 10x10 m, dentro das quais foram identificados e contados todos os indivíduos lenhosos com altura igual ou superior a 10 cm, posteriormente as espécies foram classificadas quanto ao hábito, síndrome de dispersão, categoria ecológica e origem. Imagens de satélite foram tratadas e utilizadas como ferramentas para a quantificação da distância em linha reta entre os reflorestamentos e fragmentos florestais (DR), distância por meio de vegetação até o remanescente mais próximo (DV), e área de vegetação na área em raios de busca de 500 e 1000 m (V500 e V1000, respectivamente). Outras variáveis analisadas, que podem influenciar a regeneração, foram a idade (I) e riqueza do plantio dos reflorestamentos (P) e a abundância de ruderais (R). As análises foram feitas utilizando o Modelo Linear Generalizado para identificar qual a variável ou o conjunto delas que explicassem melhor a diversidade dos reflorestamentos, considerando o valor de AIC (critério de informação de Akaike) como critério. Os regenerantes registrados, em sua maioria, pertenciam a espécies arbóreas, zoocóricas, nativas e pioneiras/iniciais. A combinação de V1000, DR, I, P e R exerceu a maior influência sobre a abundância de regenerantes, sendo essa relação mais estreita com espécies zoocóricas (AIC=1134). As variáveis V500 e DR explicaram melhor a riqueza de espécies tardias/clímax (AIC=62). Deste modo os resultados indicam que os remanescentes florestais a até 500 m dos reflorestamentos são responsáveis pela regeneração no sub-bosque dos reflorestamentos, principalmente de espécies zoocóricas e tardias/clímax.

ASSUNTO(S)

reflorestamento - paraná regeneração (botânica) sementes - disseminação mata atlântica - recuperação ecológica ecologia florestal reforestation paraná regeneration (botany)

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