Estabilidade dos reservatórios de fluoreto de cálcio no esmalte frente a desafios cariogênicos / Stability of calcium fluoride deposits on enamel after cariogenic challenge

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

Depósitos minerais do tipo fluoreto de cálcio (“CaF2”) são formados no esmalte após aplicação tópica profissional de flúor (ATPF). Esses depósitos atuam como um reservatório de íons flúor para o fluido do biofilme, os quais reduzem a desmineralização no esmalte. Neste trabalho, a hipótese de que o “CaF2” seja dissolvido mais rapidamente mediante desafios cariogênicos foi testada, assim como a influência do uso de dentifrício fluoretado nessa dissolução. Para isso, foi conduzido um estudo in situ, cruzado e duplo-cego com duas fases de 14 dias cada, nas quais 12 voluntários utilizaram um dispositivo intrabucal palatino contendo 12 blocos de esmalte tratados com flúor fosfato gel acidulado (12.300 ppm F, pH 3,6-3,9) no primeiro dia de cada fase experimental. Adicionalmente, dois blocos foram fixados com cera na porção anterior do dispositivo e 30 minutos após a ATPF foram retirados para a determinação do “CaF2” formado logo após o tratamento com fluoreto. Durante o período experimental, foi gotejada solução de sacarose a 20% sobre os blocos de esmalte nas freqüências de 2 ou 8X ao dia. Três vezes ao dia, os voluntários utilizaram dentifrício fluoretado (1100 µg F/g, NaF) ou não fluoretado. Após 2, 7 e 14 dias de uso do dispositivo, os blocos de esmalte foram coletados para a determinação do “CaF2” remanescente. A extração do “CaF2” foi feita com solução de KOH M, em duas extrações seqüenciais por 24 e 6 horas. Para análise estatística, os voluntários foram considerados blocos estatísticos (n=12) e o nível de significância adotado foi de 5%. A concentração do “CaF2” formado sobre os blocos de esmalte após a ATPF diminuiu em função do tempo (p<0,0001), embora 2 semanas após a ATPF continuasse mais alta do que blocos de esmalte não tratados com ATPF. Sob uso de dentifrício fluoretado, a dissolução do “CaF2” foi reduzida (p=0,0115), porém a freqüência de consumo de sacarose não parece ter interferido nessa dissolução (p=0,226). Os resultados sugerem que a dissolução do “CaF2” parece não ter sido influenciada pela freqüência de consumo de sacarose e que sua manutenção é favorecida pelo uso concomitante de dentifrício fluoretado.

ASSUNTO(S)

sucrose dentifrices sacarose dentifrício

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