Espera por um milagre: os médicos diante da morte encefálica de pacientes adultos jovens. / Waiting for a Miracle: Physicians face to Brain Death of Young Adults Patients.

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

30/08/2012

RESUMO

A comunicação e o cuidado em saúde é um tema que, atualmente, está sendo bastante discutido pelos profissionais de saúde, especialmente quando se aborda sobre a percepção destes profissionais sobre a morte. Diante do avanço tecnológico e a consequente desvalorização do ser humano, observa-se um distanciamento nas relações interpessoais, tornando as pessoas cada vez mais individualistas. Diante disso, as Unidades de Terapia Intensiva tem sido alvo desse processo de desumanização, devido aos vários fatores estressores relacionados aos recursos humanos, materiais e ambientais. Portanto, é importante identificar fatores que possam contribuir neste processo, entre eles destaca-se a espiritualidade e religiosidade dos médicos como elemento fundamental na relação com os familiares. Partindo dessa visão, este estudo teve como finalidade analisar a presença da religiosidade e da espiritualidade na comunicação feita pelo médico aos familiares diante da situação de morte iminente de um paciente adulto jovem. A metodologia teve natureza qualitativa, sendo utilizada a história oral temática. A produção do material empírico foi realizada por meio da gravação, quando foram entrevistados dez médicos intensivistas do Hospital de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena da cidade de João Pessoa. Este material produzido foi analisado e interpretado com base em três eixos temáticos, sendo eles: a percepção do médico sobre a terminalização da vida de pacientes jovens, quando cinco deles relataram lidar naturalmente com a morte, por fazer parte do processo natural da vida, independente da idade. Já os outros cinco disseram não se sentir preparados para lidar com este processo, porém, traços de alteridade foram apresentados, o que demonstra o cuidado humanizado desses profissionais; quanto à comunicação e o cuidado do médico diante da família, foram apresentadas ações importantes que podem melhorar este processo como: deixar os familiares sempre informados, capacitar os profissionais de saúde e a inclusão da dimensão espiritualidade e religiosidade nesta relação; estas foram enfatizadas no terceiro eixo, pois influenciam diretamente na condução da informação sobre a morte iminente de um ente querido. Assim, a religião independente de qual seja, trás subsídios para facilitar a comunicação deste assunto. Portanto, acredita-se que o resgate da humanização no atendimento no ambiente de uma UTI, por meio da espiritualidade e religiosidade dos profissionais da área de saúde, seria de grande relevância para a melhora da qualidade de vida do paciente, familiares e equipe, além de poder proporcionar a desmistificação da unidade como sendo o lugar da morte e não da esperança de vida.

ASSUNTO(S)

religiosidade espiritualidade médicos morte encefálica teologia brain death physicians spirituality religiosity

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