Enunciados comunicativos de uma jovem usuária de comunicação alternativa e seus parceiros de comunicação

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

18/04/2011

RESUMO

A comunicação, fator inato e essencial ao desenvolvimento humano, encontra-se presente em todos os momentos da vida. Contudo, a comunicação não se baseia apenas à fala, à oralidade. Para uma comunicação mais eficaz, temos as expressões faciais e corporais auxiliando. Para indivíduos que não possuem fala ou a fala é ininteligível, pode-se fazer uso da Comunicação Alternativa e Ampliada. O objetivo do presente estudo é traçar e analisar o perfil dos enunciados comunicativos de duas jovens com treze anos de idade, Marcela, com paralisia cerebral, alfabetizada, não oralizada e que utiliza sistema alternativo de comunicação, e Miriam, com desenvolvimento normal e que utiliza a fala para se comunicar (sujeito controle). Essa pesquisa faz parte de um projeto transcultural que tem por objetivo descrever como ocorre a compreensão e a expressão de determinados tipos de enunciados gráficos em crianças e jovens de diferentes idades e em diferentes países que utilizam sistemas alternativos de comunicação, e como estes enunciados são compreendidos por seus parceiros pais, professores e pares. O sistema alternativo utilizado pela participante com paralisia cerebral consistia em fotos dos familiares, palavras e sentenças, alfabeto e numeral, no formato de um livro de comunicação alternativa. Para a coleta de dados foram utilizados os seguintes instrumentos: entrevista semi-estruturada com a mãe, professora, Marcela e Miriam; avaliação do sistema de comunicação realizada pela mãe e pela professora de Marcela; instrumentos normatizados de avaliação da inteligência, da linguagem receptiva, das habilidades motoras; tarefas comunicativas aplicadas às duas participantes (tarefas de compreensão e produção). Os dados revelaram que a mãe era a parceira de comunicação mais competente, tinha maior conhecimento quanto ao uso do sistema de comunicação alternativa e favorecia o desenvolvimento da linguagem alternativa da participante Marcela. Os dados revelaram que Marcela não apresentou dificuldades na linguagem compreensiva e expressiva, comparada com seu par, Miriam. O principal diferencial nas respostas de Marcela e Miriam foi quanto ao tempo de respostas. Marcela utilizou um tempo maior para dar as respostas, comparada com Miriam. Isso se deve ao fato de Marcela utilizar a comunicação alternativa e ampliada para dar as respostas e Miriam utilizar a fala. Pode-se concluir que indivíduos com comprometimento de fala, com desenvolvimento cognitivo normal, podem se comunicar de forma tão eficaz quanto indivíduos sem comprometimento de fala, desde que o sistema alternativo de comunicação seja implementado com eficácia e seus parceiros de comunicação sejam capacitados na utilização da CAA.

ASSUNTO(S)

educação especial comunicação alternativa parceiros de comunicação paralisia cerebral educacao especial augmentative and alternative communication communication partners cerebral palsy

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