Enfrentamento, papéis ocupacionais e a tarefa de cuidar de um idoso dependente / Coping, Occupational roles and task of caring for an elderly dependent.

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

17/08/2012

RESUMO

INTRODUÇÃO: O envelhecimento não está diretamente relacionado a doenças e incapacidades, porém, as doenças dos idosos, em geral, são crônicas e múltiplas e exigem cuidados permanentes, o que faz do domicílio um lugar em que estes podem manter a estabilidade. Esse cuidado é geralmente oferecido por um membro da família, o cuidador primário. Este apresenta um acúmulo de trabalho em casa e uma sobrecarga nos diversos domínios da vida. Tal sobrecarga interfere nos papéis ocupacionais desempenhados de forma a contribuir para um desequilíbrio na vida produtiva e independente do cuidador. Além disso, o cuidado é visto como uma tarefa geradora de estresse e o seu enfrentamento se dá de formas diferentes para cada sujeito que o experimenta. Nesse sentido, a avaliação subjetiva deve também investigar a percepção de benefícios e ônus na tarefa de cuidar. OBJETIVO: Caracterizar um grupo de cuidadores de idosos dependentes quanto a indicadores sócio-demográficos e econômicos, estratégias de enfrentamento, percepção de benefícios e ônus em relação à tarefa de cuidar e possíveis alterações nos papéis ocupacionais. MÉTODO: Trata-se de um estudo quantitativo, do tipo descritivo e com delineamento transversal. Foram aplicados seis instrumentos para a coleta de dados, que foi realizada em dois hospitais de Ribeirão Preto. A amostra foi composta por 20 cuidadores. Respeitaram-se todos os critérios éticos para pesquisa envolvendo seres humanos. RESULTADOS: 80% dos idosos tinham dependência total da cuidadora para as atividades básicas de vida diária. 100% das cuidadoras eram mulheres de meia idade, na sua maioria com baixa escolaridade, baixa renda e com religião definida. 75% eram filhas do idoso. 95% moravam junto ao idoso e 80% delas estavam cuidando a mais de um ano, despendendo, em 65% dos casos, mais de doze horas diárias para essa tarefa. 70% delas recebiam algum tipo de ajuda, em geral pequena e de pessoas da própria família. Em relação às estratégias de enfrentamento, as cuidadoras adotam as focalizadas no problema (M= 4,05). Na percepção de benefícios e ônus, domínio psicológico positivo (78%) foi o mais freqüente. O domínio social negativo (59%) é o segundo mais citado, seguido do domínio físico negativo (58%). Houve perdas no desempenho de papéis ocupacionais quando comparados o passado e o presente e houve um desejo em retomar ou desempenhar um novo papel no futuro, com exceção de dois papéis vinculados ao cuidado. CONCLUSÕES: Os objetivos propostos para o estudo foram alcançados, porém há necessidade de estudos visando analisar as relações existentes entre as variáveis abordadas.

ASSUNTO(S)

auto-avaliação caregivers coping cuidadores elderly enfrentamento (coping) idoso occupational roles papéis ocupacionais self-assessment

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