Elites militares, trajetórias e redefinições político-institucionais (1850-1930)

AUTOR(ES)
FONTE

Revista de Sociologia e Política

DATA DE PUBLICAÇÃO

2008-06

RESUMO

O estudo aborda as condições sociais e culturais de formação da elite do Exército brasileiro entre o Império e a Primeira República. Em um contexto de baixa autonomia do domínio militar frente a outras esferas sociais, os resultados apontam para o funcionamento de mecanismos híbridos de recrutamento e seleção regulados por lógicas contraditórias que fundem princípios meritocráticos (títulos escolares, tempo de serviço, bravura) e extra-meritocráticos (relações personalísticas, notoriedade política) para a ascensão na carreira. Sem desconhecer os efeitos da expansão do sistema escolar militar e a adoção de critérios formais de regulação, o estudo procurou explorar os impactos objetivos de tais inovações sobre aquela esfera profissional dando espaço para a análise das variadas combinações de recursos e estratégias acionados pelos agentes sociais, em especial o uso de relações baseadas na reciprocidade pessoal e as tomadas de posição política. A reconstituição do espaço militar brasileiro a partir do exame das trajetórias de altos oficiais procura contribuir para a compreensão das concepções que os agentes apresentam como legítimo ou ilegítimo, as condutas sendo lidas de modo variável segundo o ponto de vista adotado e a posição ocupada no espaço social. Por meio da apresentação em profundidade de duas trajetórias, aponta-se como se articulam as relações entre práticas sociais, concepções e significados associados a determinados agentes e grupos e os processos de redefinição institucional em que estão inseridos, buscando trazer nova luz sobre as transformações do espaço político e os processos de inovação institucional em curso no Brasil do período.

ASSUNTO(S)

elites militares exército meritocracia clientelismo trajetórias sociais

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