Eficiência de indutores e antibióticos no controle da podridão-mole em couve-chinesa

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

A produção de couve-chinesa (Brassica pekinensis) pode ser limitada pela ocorrência de doenças, dentre as quais se destaca a podridão-mole causada por Pectobacterium carotovorum subsp. carotovorum (Pcc). O efeito de indutores e antibióticos no controle desta doença foi estudado em laboratório, casa de vegetação e campo. No primeiro trabalho, foram testados acibenzolar-S-metil (ASM) (0,025 g/L), Ecolife (2 mL/L), Agro-Mos (2 mL/L) e óxido de cálcio (0,22 g/L). Foram avaliados, a inibição do crescimento bacteriano in vitro; os componentes epidemiológicos, incidência (INC), período de incubação (PI), severidade final da doença (SEVF), índice de doença (IDO) e área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD); a atividade das enzimas peroxidase e polifenoloxidase e o custo fisiológico da indução. Em casa de vegetação e campo os indutores foram pulverizados sete dias após o transplante e sete dias após a indução, o isolado Pcc120 foi inoculado por picada, exceto nos experimentos de atividade enzimática e custo fisiológico. Pcc120 não foi inibido in vitro por nenhum dos produtos testados. Não houve redução da INC em nenhum dos experimentos. Em casa de vegetação, a SEVF da doença foi reduzida em 47,5% pelos tratamentos Agro-Mos e ASM, os quais também, respectivamente, reduziram o IDO em 35,1% e 45,3% e propiciaram as menores AACPD. A resistência induzida foi evidenciada pela ausência de antibiose dos dois produtos contra Pcc e pelo aumento das atividades da peroxidase e polifenoloxidase. Em campo, apenas o ASM confirmou os resultados de casa de vegetação reduzindo a intensidade da doença. Não houve custo fisiológico para as plantas com aplicação do ASM ou Agro-Mos. No segundo trabalho avaliou-se a sensibilidade in vitro de Pcc a bactericidas, o efeito de Mycoshield (oxitetraciclina 20%) nas dosagens de 3,0 e 1,5 g/L, e das leveduras (Rh1 e Rh2 - Rhodotorula spp. e Sc1 - Saccharomyces cerevisae a 108 cel/mL) no controle da doença em casa de vegetação e em campo. As plantas foram pulverizadas com Mycoshield e leveduras sete dias após o transplante, e inoculadas sete dias e 12 h após o tratamento, respectivamente. Foram avaliados INC, PI, SEVF,IDO e AACPD. In vitro, 40 isolados de Pcc testados apresentaram resistência ao sulfato de cobre e sensibilidade a oxitetraciclina, estreptomicina, oxitetraciclina+estreptomicina e oxitetraciclina+sulfato de cobre, todos na concentração de 0,2 g/L. Seis isolados de Pcc foram significativamente mais inibidos por MycoshieldÒ do que por Agri-Micina (oxitetraciclina 1,5% + estreptomicina 15%), não sendo inibidos por Kasumin (casugamicina 2%). Em casa de vegetação, o MycoshieldÒ na dosagem 3,0 g/L reduziu a SEVF e o IDO em até 47,4 e 19%; já a levedura Sc1 reduziu a SEVF e a AACPD em até 27,6 e 39,3%, respectivamente, enquanto Rh1 reduziu a AACPD em até 33,5. Em campo, o MycoshieldÒ reduziu o IDO, a SEVF e a AACPD em respectivamente 14,4; 15,5 e 28,9%; enquanto que Rh1 reduziu o IDO em 8,8% e Sc1 reduziu a AACPD em 15,7%. A redução da intensidade da doença e o baixo custo fisiológico da indução indicam a potencialidade do uso do ASM em um programa de manejo integrado da podridão-mole em couve-chinesa. No entanto,o MycoshieldÒ e as leveduras apresentaram baixa eficiência para o controle da doença em campo.

ASSUNTO(S)

oxitetraciclina rhodotorula sp. fitopatologia peroxidase indução de resistência induction ofresistence oxitetracycline polifenoloxidase couve-chinesa saccharomyces cerevisiae streptomycin. brassica pekinensis pectobacterium carotovorum subsp. carotovorum estreptomicina

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