Efeitos do uso do aparelhos intra-oral sobre parâmetros de estresse oxidativo em pacientes com síndrome da apnéia obstrutiva do sono / Effects of the use of oral appliance on parameters of oxidative stress in obstructive sleep apnea syndrome patients

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

25/11/2009

RESUMO

Introdução: Esta cada vez mais evidente os efeitos da hipóxia intermitente e da fragmentação do sono, que ocorrem na Síndrome da Apnéia Obstrutiva do Sono, na geração de espécies reativas do oxigênio, levando a doenças cardiovasculares. Objetivo: O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito do tratamento com o aparelho intra-oral em parâmetros de estresse oxidativo em pacientes com Síndrome da Apnéia Obstrutiva do Sono moderada a grave. Métodos: Pacientes com SAOS moderada a grave, ambos os sexos, idade entre 25 e 65 anos, IMC menor que 35 Kg/m2, com boas condições dentárias, participaram deste estudo randomizado, cruzado, duplo-cego com um mês em cada tratamento com Continuous Positive Airway Pressure (CPAP), um aparelho intra-oral (AIO) e um aparelho placebo. Avaliamos a sonolência excessiva diurna subjetiva pela Escala de Sonolência de Epworth (ESE), parâmetros polissonográficos e parâmetros de estresse oxidativo (Thiobarbituric Acid Reactive Substances, Superóxido Dismutase, Catalase, Vitaminas C, E, B6, B12 e Folato, Homocisteína, Ácido Úrico). Resultados: 29 pacientes (24 homens e 5 mulheres) participaram deste estudo, com idade média de 47,3 8,9 anos, IMC de 28,4 3,6 Kg/m2 e escores na Escala de Sonolência de Epworth de 11,4 5,3. Tanto o aparelho intra-oral quanto o CPAP levaram a uma redução no Índice de Apnéias e Hipopnéias, porém o efeito com o CPAP foi melhor (basal: 42,3 4,5; placebo: 48,7 5,6; AIO: 26,7 4,8; CPAP: 3,2 0,4; p <0,05). O uso do CPAP também levou a uma diminuição no escore da ESE (basal: 11,3 1,0 x CPAP: 9,7 0,8; p <0,05), embora a adesão ao AIO tenha sido maior que ao CPAP (86,3 3,0 x 72,0 4,2%; p <0,05). Quanto aos parâmetros de estresse oxidativo, observamos uma queda dos níveis de atividade da enzima catalase em relação aos valores basais com o AIO (basal: 115,8 5,2; placebo: 102,7 4,4; AIO: 95,3 4,6; CPAP: 107,1 3,8 U/mg Hb; p <0,01). Além disso, houve um aumento dos valores de vitamina C nas fases placebo e CPAP quando comparados ao basal (basal: 54,9 2,5; placebo: 65,9 3,0; AIO: 62,3 2,6; CPAP: 64,3 2,5 umol/L; p <0,05) e dos valores de vitamina B6 em todas as fases de tratamento comparados aos valores iniciais (basal: 18,9 1,2; placebo: 22,7 1,5; AIO: 22,2 1,3; CPAP: 24,6 0,9 nmol/L; p<0,05). Conclusão: Podemos concluir que, embora o CPAP tenha sido mais eficaz na melhora clínica e nos parâmetros polissonográficos de pacientes com SAOS moderada a grave, a adesão ao tratamento AIO neste grupo de pacientes foi mais eficiente e favoreceu a redução em uma das enzimas que participam da remoção de espécies reativas de oxigênio.

ASSUNTO(S)

polissonografia aparelho intra-oral cpap estresse oxidativo apnéia obstrutiva do sono sono catalase psicobiologia

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