Efeitos do treinamento aeróbio em parâmetros imunológicos e metabólicos basais e induzidos por exercício físico agudo em humanos

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

10/04/2012

RESUMO

Introdução: O exercício físico agudo promove a liberação de citocinas na circulação. Nossa hipótese é de que o treinamento aeróbio modifica tal resposta. Desse modo, o objetivo do presente estudo foi avaliar os efeitos de seis semanas de treinamento aeróbio sobre a expressão no repouso e induzida (após exercício agudo) de citocinas, adipocinas e BDNF. Também avaliamos os leucócitos circulantes no repouso antes e após o treinamento. Métodos: A amostra foi composta por 21 homens divididos em dois grupos: oito no grupo controle (GC) (25,1±0,9anos; 70,1±3,5kg; 1,79±0,02m; 45,2±1,5mL.kg-1.min-1) e 13 no grupo treinamento (GT) (22,5±0,7anos; 72,9±1,9kg; 1,76±0,02m; 44,9±1,3mL.kg-1.min-1). Todos os testes foram realizados em cicloergômetro. Os voluntários realizaram um teste progressivo para medida do consumo máximo de oxigênio (VO2MAX), de dois a cinco testes de intensidade constante para identificar a máxima fase estável de lactato (MFEL). Após a determinação da MFEL (1), todos os indivíduos realizaram um exercício agudo até a fadiga (exercício agudo) nessa intensidade. Depois foram submetidos a seis semanas de treinamento aeróbio, três vezes por semana na intensidade MFEL (1). Em seguida, os mesmos testes foram realizados para determinar a MFEL do pós-tratamento (MFEL, 2) e os voluntários executaram dois exercícios agudos, sendo um na mesma intensidade relativa do pré-treinamento (MFEL, 2) e outro na mesma intensidade absoluta do pré-treinamento (MFEL, 1). No grupo treinamento durante os exercícios agudos, foram coletadas as amostras de sangue para a determinação de citocinas, adipocinas e BDNF plasmáticos. Essas foram estimadas utilizando o método de ELISA sanduíche. Antes e após o treinamento foram caracterizados diferentes tipos celulares por citometria de fluxo. Resultados: O exercício físico agudo induziu o aumento das concentrações circulantes de IL-6, sTNFR1, CXCL10/IP-10, leptina, resistina e o BDNF no momento do término e de TNF-, IL-10, sTNFR2 e adiponectina na recuperação do exercício. O GT teve aumento de 11,2% no VO2MAX e de 14,7% na intensidade da MFEL. O treinamento não alterou os mediadores imunológicos analisados no repouso. O treinamento aeróbio promoveu um aumento menor de IL-6, sTNFR2, leptina e BDNF e uma redução mais rápida do sTNFR1 no término do exercício físico agudo com a mesma intensidade absoluta do pré-treinamento. Já as elevações das concentrações de TNF-a, IL-10, CXCL10/IP-10, resistina e adiponectina induzidos pelo exercício físico agudo foram similares ao pré-treinamento. O treinamento aeróbio resultou em concentrações menores de sTNFR1 e de BDNF, na fase de recuperação, após exercício físico agudo com a mesma intensidade relativa do pré-treinamento. Conclusões: O treinamento aeróbio foi eficaz. O exercício físico agudo na intensidade da MFEL foi capaz de alterar as concentrações circulantes das citocinas, indo ao encontro da literatura. O período de seis semanas, em indivíduos jovens, saudáveis e fisicamente ativos, não foi capaz de alterar as concentrações circulantes, no repouso, dos mediadores avaliados. O treinamento influenciou as concentrações de IL-6, sTNFR1, sTNFR2, leptina e BDNF após exercício físico agudo com a mesma intensidade absoluta do pré-treinamento. O sTNFR1 e o BDNF foram os únicos mediadores avaliados que foram influenciados pelo treinamento de seis semanas no exercício físico agudo com esforço relativo similar ao prétreinamento. Por outro lado, o treinamento não influenciou a resposta de TNF-a, IL-10, CXCL10/IP-10, resistina e adiponectina, logo os aumentos desses mediadores ocorrem mesmo quando a fadiga não foi alcançada. Essas respostas diferentes, após treinamento aeróbio, sugerem que existe um controle fino na produção de tais mediadores durante o exercício físico agudo e que, possivelmente, esses parâmetros liberados em menor esforço agudo em relação ao pré-treinamento, possam ter papel fisiológico dominante.

ASSUNTO(S)

fisiologia teses. farmacologia teses.

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