Efeitos decorrentes do uso de duchas higienicas sobre a microflora vaginal de mulheres profissionais do sexo

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

Objetivo: Verificar se o uso de duchas higiênicas íntimas (DHI) pode interferir na microbiota vaginal de mulheres profissionais do sexo. Sujeitos e Métodos: Estudo de corte transversal realizado durante seis meses verificou o risco de 155 mulheres profissionais do sexo (PS), usuárias e não usuárias de DHI, apresentarem flora vaginal alterada e/ou vaginose bacteriana. As PS foram atendidas em centro de saúde (CS) localizado em zona de prostituição no município de Campinas, São Paulo, e agrupadas em usuárias e não usuárias de duchas higiênicas íntimas para análise da microbiota vaginal. A anamnese determinou os perfis sociodemográfico e sexual destas mulheres que procuraram o CS por diferentes motivos. O conteúdo vaginal foi coletado com swab estéril de Dacron e disposto em duas lâminas de vidro que foram coradas por técnica de Gram. A caracterização da microbiota vaginal pelos critérios de AMSEL adaptado foi realizada por microscopia óptica com lente de imersão. Análises univariável, bivariável com testes de qui-quadrado e exato de Fisher, além de regressão múltipla variável (stepwise) demonstraram o poder de associação entre as variáveis. Resultados: A média de idade, a etnia branca, a escolaridade básica e hábito de fumar encontrados respectivamente nas 94 usuárias e nas 61 não usuárias de DHI foram de 25,5 (± 6,2) vs. 26,0 (± 6,8)anos (p=ns), 48,9% vs. 47,5% (p=ns), 60,6% vs. 45% (p=ns) e 41,5% vs. 49,2% (p=ns) dos casos. Não houve diferença no uso regular de condom com seus parceiros sexuais fixos. Apenas o uso de lubrificantes vaginais foi significativamente maior nas usuárias de DHI (63,8%) que nas não usuárias (36,1%), p=0,0007. As prevalências de flora vaginal alterada, vaginose bacteriana, candidíase, tricomoníase e vaginose citolítica foram de 75,48%; 50,96%; 5,1%; 0,64% e 1,9%, respectivamente. Não houve diferenças significativas destas prevalências quando foram analisados estes achados entre as usuárias e não usuárias de DHI (78,7% vs. 70,5%, ns), (47,9% vs. 55,7%, ns), (5,3% vs. 4,9%, ns), (0 vs. 1,6%, ns) e (1,1% vs. 3,3%, ns). A análise de regressão múltipla tipo stepwise não identificou qualquer risco aumentado de ter flora vaginal alterada ou de vaginose bacteriana em mulheres usuárias de DHI. Conclusão: O uso de DHI não aumentou o risco de flora vaginal alterada e/ou de vaginose bacteriana em mulheres PS. Palavras-chave: profissionais do sexo, duchas higiênicas íntimas, microbiota vaginal, vaginose bacteriana, candidíase vaginal

ASSUNTO(S)

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