Efeitos de mudanças eustáticas e tectônicas na reversão do sistema de drenagem do Rio Amazonas transcontinental

AUTOR(ES)
FONTE

Braz. J. Geol.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2016-06

RESUMO

RESUMO: O desenvolvimento do Sistema de drenagem do Rio Amazonas envolveu eventos geológicos nos Andes; arcos de Vaupés, Purus e Gurupá; bacias sedimentares da região, assim como mudanças do nível do mar. A origem e a idade deste rio têm sido discutidas por décadas, e muitas ideias têm sido propostas, incluindo aquelas relacionadas a ele ter se originado no Holoceno, Pleistoceno, Plioceno, Neomioceno, ou mesmo antes. Nesse contexto, a geologia das bacias sedimentares do norte do Brasil foi analisada a partir da era Mesozoica, e alguns esclarecimentos são colocados na sua estratigrafia. O Arco de Gurupá permaneceu elevado até o Mesomioceno, direcionando o sistema de drenagem primeiro para o oeste e posteriormente para norte, sem obstrução do Arco do Purus na Amazônia central. O Arco de Vaupés, na Colômbia, foi soerguido junto com as montanhas dos Andes no Mesomioceno, separando a drenagem do Caribe da do Rio Amazonas. Com a subsidência tardia e o brechamento do Arco do Gurupá e uma grande queda no nível do mar no início do Neomioceno, o Rio Amazonas abriu rapidamente seu caminho, de leste para oeste, a partir da Bacia do Marajó. Isto aconteceu através de erosão remontante profunda, que capturou a vasta rede de drenagem das áreas cratônicas e andinas, que anteriormente se desviara ao mar do Caribe. Durante esse tempo, o grande influxo de siliciclásticos à Bacia da Foz do Amazonas e seu leque aumentou, em razão da erosão em vastas áreas da América do Sul, incorporando a rede de drenagem da Bacia do Marajó à drenagem amazônica. Essa exposição extensiva originou a discordância tortoniana que marca o estabelecimento do Rio Amazonas transcontinental em direção ao Oceano Atlântico.

ASSUNTO(S)

reversão rio amazonas erosão remontante tortoniano arco do gurupá

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