Efeito da variação de volume de solução salina na medida indireta da pressão intra-abdominal / Effect of different volumes of saline on intra-abdominal pressure measurement

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

05/07/2010

RESUMO

A Síndrome Compartimental Abdominal é uma situação clínica grave de disfunção de órgãos, resultante da permanência da hipertensão intra-abdominal, que pode ser identificada por meio da medida indireta da pressão intra-abdominal (PIA). Esta síndrome afeta todos os sistemas orgânicos do paciente acometido, por isso a medida indireta da PIA é um dado importante nas decisões sobre a terapêutica do paciente grave. Erros nos valores da PIA podem causar tanto a falta de uma conduta quanto procedimentos desnecessários. Não foram encontrados na literatura trabalhos que estimassem o volume mínimo necessário para a mensuração indireta da PIA por meio da pressão intra-vesical a partir da técnica tilizada no hospital em estudo. Objetivos: determinar o volume mínimo necessário de solução salina a 0,9% para medir a PIA por meio da PIV utilizando ambos os cateteres; comparar os valores da PIA obtidos pelos diferentes volumes infundidos e os dois tipos de cateteres; descrever a técnica utilizada para medir a PIA por meio dos cateteres vesicais tipo Foley de duas e três vias. Método: realizou-se estudo prospectivo experimental, no período de setembro de 2009 e janeiro de 2010. A mensuração da PIA foi obtida por meio da medida da pressão intravesical com sistema de coluna d água com infusão de volumes de zero a 100mL de solução salina 0,9% à temperatura ambiente. Um grupo de pacientes utilizou o cateter tipo Foley duas vias (Grupo CV2), e o outro três vias (Grupo CV3). Resultados: a amostra foi constituída por 20 pacientes em cada grupo, do sexo masculino, acima de 18 anos de idade. A média de idade foi de 50,8 anos (±15,6) no grupo CV2 e de 65 anos (±18,5) no grupo CV3. Foi possível realizar a medida da PIA utilizando apenas o volume necessário para o preenchimento do sistema de medida (sem infundir volume na bexiga) em todos os pacientes. Observou-se aumento linear da PIA conforme aumenta o volume infundido, em ambos os grupos. Este efeito foi mais evidente nos pacientes do grupo CV2. Não foi encontrada diferença significativa entre as medidas da PIA nos volumes 20x40mL, 40x60mL e 80x100mL. No grupo CV3, não foi encontrada diferença significativa comparando-se os valores obtidos da PIA nos volumes 0x20mL, 0x40mL, 20x40mL, 40x60mL, 60x80mL e 80x100mL. Conclusões: não foi necessário instilar solução fisiológica na bexiga para realizar a medida da PIA, ou seja, o volume necessário para preencher o sistema foi suficiente para a leitura. O aumento do volume infundido causou aumento linear no valor da PIA, em ambos os grupos. Utilizando-se o CV2, volumes acima de 40mL causam diferenças clinicamente significantes nos valores da PIA e a partir de 20mL as diferenças são estatisticamente significantes. No grupo CV3, a diferença clínica existe a partir de 80mL e em termos estatísticos, a partir de 60mL. Não houve diferença significativa entre os valores da PIA obtidas infundindo-se 20x40mL, 40x60mL e 80x100mL, em ambos os grupos

ASSUNTO(S)

síndromes de compartimento abdome traumatismo cuidados intensivos compartment syndromes abdomen injuries intensive care

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