Efeito da desnutrição protéica pré e pós-natal na espermatogênese de ratos adultos

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

23/04/2010

RESUMO

Este trabalho teve como objetivo investigar os efeitos da deficiência protéica no processo espermatogênico de ratos adultos submetidos à desnutrição protéica em diferentes fases do seu desenvolvimento, associada ou não à elevação da temperatura testicular. Desde cinco semanas antes do acasalamento, ratas Wistar receberam ração normoprotéica (20% PB, grupo C) ou hipoprotéica (8%PB, grupo T) até o desmame dos seus filhotes. Ao desmame (21 dias pp), todos os filhotes foram submetidos à laparotomia para fixação do testículo direito à parede abdominal, evitando assim o descenso do mesmo para o escroto. Em seguida, os filhotes das mães C e T foram divididos em quatro grupos e alimentados da seguinte maneira: filhotes das mães C passaram a receber dieta normoprotéica (CC) e outros a receber dieta hipoprotéica (CT) e filhotes das mães T passaram a receber dieta hipoprotéica (TT) e outros a receber dieta normoprotéica (TC). Os animais foram pesados semanalmente e seu consumo alimentar registrado até a eutanásia, aos 70 dias de idade, quando foram pesados, anestesiados, e os testículos fixados em glutaraldeído a 5% em tampão fosfato (0,1M - pH 7,4) por perfusão intravascular. Posteriormente, os testículos foram retirados e pequenos fragmentos incluídos em resina plástica para avaliação sob microscopia de luz. Verificou-se que a deficiência protéica, independente do período em que ocorreu, promoveu uma redução na ingestão alimentar dos animais, o que refletiu na redução do peso corporal. O índice gonadossomático do grupo TT foi significativamente maior no testículo criptorquídico quando comparado com os demais grupos, mostrando que a desnutrição desde o período pré-natal comprometeu mais o peso corporal que o testicular. Apenas nos animais do grupo TT, a espermatogênese no testículo orquídico foi interrompida nas espermátides da etapa 12. Já no testículo criptorquídico, as células germinativas mais avançadas encontravam-se na fase de paquíteno, em todos os grupos experimentais. Observou-se redução no número de espermatogônias, espermatócitos e espermátides nos grupos que em algum momento receberam a dieta hipoprotéica sendo mais acentuada nos animais desnutridos desde o período pré-natal. Além disso, de forma inesperada, o aumento da temperatura testicular aumentou o número de células de Sertoli neste grupo. Ao avaliar o rendimento geral da espermatogênese, verificou-se que no grupo TT a capacidade de suporte das células de Sertoli foi reduzida, que houve aumento da perda de células germinativas durante a meiose e uma redução no número de espermátides produzidas a partir de uma espermatogônia do tipo A1. Os resultados por nós obtidos mostraram que a desnutrição protéica não agrava os efeitos ocasionados pelo aumento da temperatura testicular. No entanto, no testículo presente no escroto a desnutrição provoca modificações significativas em vários parâmetros testiculares de ratos adultos, principalmente naqueles animais que foram expostos à ração hipoprotéica nos períodos pré- e pós-natal, acarretando uma redução significativa na produção espermática diária

ASSUNTO(S)

biologia celular teses espermatogenese teses. desnutrição protéica decs

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