Educação do corpo - bailes no Rio de Janeiro do século XIX: o olhar de Paranhos

AUTOR(ES)
FONTE

Educ. Pesqui.

DATA DE PUBLICAÇÃO

07/02/2014

RESUMO

Muitos autores consideram os anos 1850 como um marco na história brasileira, pois foi um período em que se conformou, em diferentes âmbitos, uma estabilidade que permitiu avançar, de forma mais efetiva, o processo de construção da nação independente. Na capital, que se tornou foco irradiador de novas modas e costumes, gestou-se uma dinâmica social mais mundana, uma maior estruturação do comércio de luxos e entretenimentos. Ao estudar esse período da história brasileira, este artigo tem por objetivo discutir os aspectos educacionais que cercavam uma das atividades comumente promovidas no Rio de Janeiro de meados do século XIX, os bailes, a partir do olhar de um importante personagem do Império: José Maria da Silva Paranhos. Trata-se de uma pesquisa histórica que utilizou como fontes 47 crônicas da série Cartas ao amigo ausente, publicadas no Jornal do Commercio entre os anos de 1850 e 1851. Ao final, conclui-se que a visão de Paranhos a respeito dos bailes tem relação direta com sua percepção e seus projetos para o país. Os eventos dançantes não eram concebidos somente como um divertimento, mas, a seu ver, eram também ocasiões que contribuíam para forjar e fortalecer uma sociedade civil, composta por distintos setores da elite nacional, que poderia conduzir o Brasil a um futuro alvissareiro, marcado pelas ideias de civilização e progresso. Os posicionamentos de Paranhos ajudam a entender os bailes como uma estratégia de educação do corpo a partir de três princípios: eficácia, propriedade e identidade.

ASSUNTO(S)

bailes dança educação do corpo

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